Cinco jogos, cinco vitórias, vinte golos marcados e zero sofridos.
Vale a pena começar por sublinhar os números, porque eles são lapidares: a seleção portuguesa sub-21 continua a encantar na fase de apuramento para o Euro 2023, com uma impressionante média de quatro golos por cada vitória. Sim, que estes miúdos só sabem ganhar.
Esta terça-feira, na receção ao Chipre, Portugal deu um recital de futebol.
Frente a um adversário que não é propriamente uma seleção frágil, tendo até alguns jogadores de bom nível técnico, a seleção sub-21 jogou com talento e muita certeza em todos os momentos.
Fábio Vieira abriu o livro e encheu o campo de pormenores técnicos, ele que foi sempre o motor da equipa nacional. Fez duas assistências e apontou um golaço, na marcação de um livre direto, a mais de trinta metros da baliza, que atirou num arco perfeito para entrar bem junto ao poste.
Para além disso, é obrigatório destacar o nome de Gonçalo Ramos, também. O ponta de lança do Benfica começou por marcar logo aos dois minutos, num grande remate ao ângulo. Já na segunda parte, aos 52 e 59 minutos, voltou a marcar em boas finalizações e completou o hat-trick.
Fábio Vieira, que foi sempre um quebra-cabeças, e Gonçalo Ramos, exímio no último remate, foram por isso os homens mais destacados de uma noite que teve mais heróis: excelente jogo de Afonso Sousa e de Tiago Dantas também, sobretudo a capacidade do segundo em orientar a equipa.
De resto, Gonçalo Inácio e Henrique Araújo estrearam-se a marcar nos sub-21: o primeiro aproveitou uma subida à área contrária para cabecear como mandam as regras, o segundo recebeu uma excelente abertura de Afonso Sousa e não falhou na cara do guarda-redes.
Vale a pena dizer, já agora, que o guarda-redes Kittos foi o melhor em campo do Chipre, ele que parou, por exemplo, um penálti batido por Fábio Silva (o avançado do Wolverhampton foi provavelmente o jogador menos feliz na equipa nacional) e mais uma mão cheia de golos certos.
Feitas as contas, portanto, foi uma exibição perfeita de Portugal, com momentos de verdadeiro deleite: muitas jogadas de envolvimento coletivo, com a bola a circular por vários jogadores e a progredir em velocidade, numa dinâmica constante, até chegar a zonas de finalização.
Ainda sem Rui Jorge, que continua a recuperar da covid-19, foi Romeu a sentar-se no banco e a receber os louros por uma equipa muito móvel, com três médios em contantes trocas posicionais (Afonso Sousa, Fábio Vieira e Vitinha), que confundiram marcações e iludiram o adversário.
Por isso, e do início ao fim, Portugal teve a bola, mandou no jogo e procurou o golo, perante um Chipre que tentou responder com um futebol também técnico, mas que só por duas vezes criou perigo: em ambas Celton Biai defendeu os remates de Ioannou e Katsantonis.
Portugal regressou assim ao primeiro lugar, com mais um ponto e menos um jogo do que a Grécia, e tem o apuramento para o Europeu de 2023 bem encaminhado.