Albatroz: uma espécie ameaçada - TVI

Albatroz: uma espécie ameaçada

Bando de estorninhos [Arquivo]

Primeiro número da Celacanto, revista apoiada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, dedica especial atenção e esta ave marinha

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O albatroz foi a espécie ameaçada escolhida para tema do primeiro número da Celacanto, publicação apoiada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves que será lançada quarta-feira no Aquário Vasco da Gama, em Lisboa, escreve a Lusa.

«Das 22 espécies de albatrozes existentes no mundo, 18 estão actualmente ameaçadas de extinção», explica uma nota introdutória da obra, segundo a qual estas aves são vítimas dos engenhos de pesca dos navios-fábrica, ficando muitas vezes presas nos anzóis dos espinhéis e acabando por morrer afogadas.

Albatrozes põem apenas um ovo por ano

As características reprodutivas da espécie também não facilitam a sua sobrevivência pois, apesar da longevidade (podem viver oito décadas), os albatrozes põem apenas um ovo por ano, tendo os progenitores de o defender de predadores como o rato durante os 80 dias da incubação.

Segundo a Qual Albatroz, que dá chancela à publicação, este número dedicado à «maior e mais ameaçada ave marinha do mundo» teve como parceiros de edição a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, coordenadora do Programa Marinho Europeu, e a organização Birdlife International.

Apesar da coincidência entre o nome da editora e o tema do primeiro número da Celacanto, a Qual Albatroz pretende vir a abordar a situação de outras espécies e já tem escolhido um animal diferente para o segundo número deste «ecozine» (resultante da união dos conceitos de fanzine e magazine ecológico).

O próximo bicho

A sessão de apresentação, agendada para as 18:00, terá a presença de Luís Costa e Iván Ramírez, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Marc Parchow Figueiredo, da editora Qual Albatroz, e Paulo Marques, autor de banda desenhada que estará na mesa em representação dos participantes.

«Também estará lá alguém para dizer umas palavras sobre o próximo bicho», contou Marc Parchow Figueiredo à agência Lusa, adiantando apenas que se trata de «uma espécie em risco de extinção que ocorre em Portugal e não é uma ave» e que já assegurou, para o próximo número, «o apoio do grupo dedicado a protecção desse animal».

No comunicado da editora, Iván Ramírez salienta que «a Qual Albatroz e a SPEA conseguiram conjugar nesta publicação duas práticas que habitualmente não andam juntas: a criação artística e a consciencialização ambiental», o que faz acreditar na possibilidade de «replicar esta experiência noutros países do mundo».

Delineado a partir de Novembro de 2008, o primeiro número da Celacanto, que terá periodicidade anual, reúne 37 colaborações que vão do ensaio à poesia ou à banda desenhada e inclui trabalhos maioritariamente de Portugal mas também de países como o Brasil ou a Polónia.

Nome de peixe

A capa é um desenho do autor de banda desenhada José Carlos Fernandes realizado exclusivamente para a publicação, fazendo ainda parte do leque de participantes Alice PriNa, Constança Lucas, Daniela Figueiredo, Diogo Carvalho, Fernando Wintermantel, Gastão Travado, GEvan, Inês Costa Lopes, Irina Seves, Jakub Jankowski, José Abrantes, José Carlos Dias, Luciano Irrthum e Nádia Cardoso, entre outros.

A Celacanto deve o seu nome a um peixe pré-histórico que foi considerado extinto até aos anos 40, sendo conhecido apenas pelos fósseis encontrados.

«Quando, em 1938, um celacanto vivo foi descoberto junto à costa da África do Sul, o mundo científico ficou eufórico e foi nesse espírito que escolhemos o nome para este projecto - é um sinal de optimismo e um brasão para sonhadores», de acordo com Marc Parchow Figueiredo.

Com um preço de capa de três euros, metade do dinheiro das vendas do primeiro Celacanto reverterá para a campanha «Salvem o Albatroz», promovida pela BirdLife International.
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