Polícia brasileira é das mais violentas do mundo - TVI

Polícia brasileira é das mais violentas do mundo

Tiroteio em favela no Brasil (foto LUSA)

ONG sublinha que a polícia militar brasileira é «fortemente inspirada no período da ditadura»

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O Brasil continua a ter uma das polícias mais violentas do mundo, afirma a organização não-governamental Justiça Global num comentário ao relatório divulgado pelo Departamento de Estado norte-americado sobre a situação dos direitos humanos no país.

A directora-executiva da Justiça Global, Sandra Carvalho, afirma que apesar de o Brasil ter avançado na legislação em termos de direitos humanos, ainda «tem de avançar muito na garantia destes direitos».

«As polícias no Brasil são extremamente violentas, não atendem aos interesses do Estado democrático de direito. A Polícia Militar é fortemente inspirada no período da ditadura», disse à Agência Lusa a representante da ONG ao defender a necessidade de uma reforma das polícias brasileiras.

A ONG Justiça Global foi uma das entidades da sociedade civil mencionada no relatório do governo norte-americano que critica a impunidade e o abuso de poder cometidos por polícias ao denunciar a força excessiva e as torturas praticadas por agentes de segurança.

Sandra Carvalho defende a desmilitarização das forças de segurança, assim como uma investigação «extremamente rigorosa» dos casos que envolvem autos de resistência (mortes em confronto com a polícia) que muitas vezes «acobertam execuções».

Segundo esta dirigente, o Rio de Janeiro atrai uma maior atenção internacional por apresentar «um número grande de autos de resistência». De acordo com registos oficiais, mais de 1.400 pessoas são mortas todos os anos em confronto com a polícia.

O documento menciona a existência de grupos de extermínio conhecidos como «esquadrões da morte». A activista acrescenta que a actuação destes grupos é ainda uma realidade e refere que os Estados brasileiros que mais sofrem com a violência policial são o Rio de Janeiro, Pernambuco, Baía e São Paulo.

Além disso, a representante da ONG alerta para o facto de que muitos casos não são catalogados.
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