Controlinveste quer mercado de TV em sinal aberto sem exclusividades - TVI

Controlinveste quer mercado de TV em sinal aberto sem exclusividades

Televisão

Reforça também objectivo de ter canal

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O administrador da Controlinveste Rolando Oliveira afirma que o sector televisivo não pode ser «um feudo de exclusividade» dos actuais operadores.

O responsável reitera ainda «a ambição do grupo em ter um canal em sinal aberto e a viabilidade económica do projecto», segundo refere o administrador à agência «Lusa».

«Antigamente, o espectro era limitado, mas hoje, com a Televisão Digital Terrestre (TDT) e com as inovações tecnológicas, é possível ter mais licenças», explicou o administrador do grupo que detém títulos como o «Diário de Notícias» e o «Jornal de Notícias», a rádio TSF e uma participação no canal Sport TV.

Opiniões divididas

A possibilidade de surgir um novo canal em sinal aberto aparece agora com o lançamento, muito aguardado pelo sector, do concurso da TDT. O Governo irá lançar dois concursos diferentes, um para a gestão da plataforma, onde vão estar os canais em sinal aberto, e outro para os canais por assinatura. O primeiro concurso, para a plataforma onde ficarão a RTP, a SIC e a TVI, será dirigido pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom), por ser um concurso de telecomunicações, uma vez que estas televisões já têm licença.

Para a transmissão de canais de televisão em sinal aberto, está destinado um «multiplexer», um grupo de frequências que comporta um conjunto de canais que pode, com a tecnologia actual, chegar a 10.

Esta oportunidade de negócio suscitou também o interesse do grupo de media liderado por Paulo Fernandes. «A Cofina mantém o interesse em estar presente no mercado de televisão free-to-air e nos conteúdos, tendo, como já dissemos, um projecto de televisão generalista efectuado, inovador e capaz de imprimir dinâmica a esta indústria», disse à «Lusa» fonte oficial da empresa.

Para o grupo, que só detém activos no sector da imprensa, «há claramente espaço para mais operadores de televisão e com rentabilidade», tendo em conta as margens verificadas, actualmente, no negócio.

«Mais operadores significa mais concorrência e, por isso, um novo impulso para a indústria audiovisual», reforçou a mesma fonte.

Porém, tanto a Media Capital como a Impresa, proprietárias das estações TVI e SIC, respectivamente, já vieram discordar das opiniões da Cofina e da Controlinveste, defendendo que não há mercado para um novo operador.

Já o presidente da Impresa voltou a alertar, no início de Novembro, para as consequências de aumentar a oferta de canais em sinal aberto em Portugal.

Entre as consequências está, segundo Francisco Pinto Balsemão, «a redução dos preços praticados no mercado publicitário, a descida da qualidade do jornalismo e do entretenimento, um maior recurso a enlatados, a perda de competitividade internacional e o aumento do desemprego na indústria audiovisual».

«É preciso pensar bem nas consequências do aumento da oferta», reforçou, no último jantar-conferência organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimentos das Comunicações (APDC).

«A Media Capital e Impresa estão a defender os seus investimentos», reagiu Rolando Oliveira, em declarações à «Lusa», realçando que a Controlinveste está disposta «a correr o risco» e dar ao mercado «uma nova visão e uma nova abordagem». «A diversidade é que faz a qualidade», reforçou.
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