Escutas: a carta de renúncia do gestor da PT - TVI

Escutas: a carta de renúncia do gestor da PT

Rui Pedro Soares

Administrador alegadamente envolvido no processo Face Oculta diz que não teve «nenhum comportamento indevido», nem praticou actos «lesivos dos interesses» da operadora

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Rui Pedro Soares, que acaba de renunciar ao cargo de administrador da PT, garantiu que nunca teve qualquer «comportamento indevido» e que não praticou actos «lesivos dos interesses» da operadora, segundo a carta de renúncia, a que a Lusa teve acesso.

Na carta enviada ao conselho de administração da Portugal Telecom, Rui Pedro Soares afirma que decidiu renunciar ao cargo de administrador «para não estar limitado no exercício» dos seus direitos de defesa em relação às «calúnias» de que diz ter vindo a ser alvo publicamente.

O gestor diz que renunciou ao cargo para que a sua «presença nos órgãos sociais da PT não possa servir para que o bom nome e reputação da empresa sejam lesados por terceiros mal intencionados».

Administrador da PT renuncia ao cargo

«Nenhum comportamento indevido me pode ser imputado e posso afirmar, em são consciência, não ter praticado ou procurado alguma vez praticar qualquer ato lesivo dos interesses da PT SGPS, mas não posso permitir de forma alguma que as infundadas calúnias de que venho sendo alvo afectem negativamente a imagem ou a reputação do grupo PT», lê-se na carta.

Rui Pedro Soares diz ainda que está «à disposição da empresa para esclarecer tudo o que entender necessário no contexto das diligências que venham a ser desencadeadas em cumprimento das suas normas internas».

O administrador da PT, de 36 anos, ocupava o cargo executivo na operadora desde 2006, tendo iniciado em 2009 um segundo mandato. Rui Pedro Soares tinha a tutela da PT Associação de Cuidados de Saúde, que gere os cuidados de saúde do grupo, bem como a administração imobiliária e a segurança, para além dos patrocínios institucionais e das relações com autarquias.

De realçar que o semanário «Sol» tem vindo a transcrever extractos do despacho do juiz de Aveiro responsável pelo caso Face Oculta em que este considera haver «indícios muito fortes da existência de um plano», envolvendo o primeiro ministro, José Sócrates, para controlar a estação de televisão TVI e afastar a jornalista Manuela Moura Guedes e o director-geral José Eduardo Moniz.

Do despacho constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor da PT, e Rui Pedro Soares e Fernando Soares Carneiro, administradores da PT.

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O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção relacionados com empresas privadas e do sector empresarial do Estado.
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