Benfica/BES: Vilarinho diz que vai «provar tudo» em tribunal - TVI

Benfica/BES: Vilarinho diz que vai «provar tudo» em tribunal

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Manuel Vilarinho está confiante numa decisão favorável no processo judicial que o opõe ao BES.

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O ex-presidente do Benfica garante que «vai ser provado em tribunal» que a titularidade de 11,2 por cento acções da SAD do Benfica é mesmo do banco.

O actual presidente da Assembleia Geral do Benfica e antigo presidente do clube disse à agência «Lusa» que está preparado para provar em tribunal que foi apenas «testa-de-ferro» de um negócio, preparado aquando da sua candidatura contra João Vale e Azevedo, em 2000: «Tenho provas suficientes para provar tudo o que vou dizer», afirmou à agência «Lusa».

Para Manuel Vilarinho, é claro que essas acções (1.680.000), que correspondem a 11,2 por cento da SAD do Benfica, pertencem ao BES e não apenas os direitos de voto, como foi anunciado pelo banco à CMVM, esta semana.

Vilarinho sustenta que no contrato, assinado a 11 de Maio de 2001, ele não era mais do que um testa-de-ferro, num negócio que envolvia várias partes, e em nenhum momento esteve em causa que ficasse com as acções.

Tudo terá começado com o envolvimento do BES e da PT na candidatura da lista de Vilarinho contra Vale e Azevedo, em 2000, que pressupunha um aumento de capital caso ganhasse as eleições. No entanto, a PT acabou por alterar a estratégia e não participar desse aumento de capital da SAD benfiquista.

O antigo presidente do Benfica acabou por ficar com mais de 22 milhões de euros de acções, não vendidas nesse aumento de capital, no pressuposto de serem colocadas no mercado pelo BES no prazo de um ano, o que não veio a acontecer.

Entende Vilarinho que isso foi essencial para ter ficado na posse dessas acções, no que foi avalizado por várias figuras ligadas ao clube, entre as quais Luís Filipe Vieira, que lhe sucedeu como presidente. Então, defende, a participação nesse negócio foi «meramente instrumental».

Em termos formais, Vilarinho ficava devedor do BIC, banco que mais tarde seria integrado no BES, através de uma operação de fusão por incorporação. Seria ainda o BIC a recorrer ao penhor das acções, para pedir a Vilarinho o alegado pagamento da dívida.

Agora, o BES vem publicamente afirmar que tem os direitos de voto sobre essas acções (11,2% da SAD do Benfica), resultantes do penhor dado em garantia no acordo de 11 de Maio. Segundo o banco, as acções (e a dívida) são de Vilarinho, mas os direitos de voto são do BES.

Entretanto, a CMVM está a analisar a abertura de um processo de contra-ordenação por incumprimento do BES na comunicação dos direitos de voto, já que as acções terão sido penhoradas a Manuel Vilarinho em 2002. Essa comunicação é obrigatória, entre outras situações, para quem ultrapasse 10% dos direitos de voto.
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