«Portugal está a perder cada vez mais competitividade face aos parceiros da União Europeia. Neste contexto, é desagradável, mas necessário, que os salários cresçam pouco», disse num encontro sobre Tendências do Crédito ao Consumo, que decorreu em Lisboa.
«Estou convencido que é necessário» manter o crescimento dos salários controlado, «na Administração Pública sobretudo e no resto da ecónoma também», acrescentou no final, aos jornalistas.
«É necessário que o Estado não trave o sector privado, aumentar a qualificação e a capacidade dos trabalhadores portugueses, aumentar a inovação das nossas empresas», disse ainda.
«O crescimento económico não pode ser estimulado pela descida de impostos, pelo investimento público nem pelas taxas de juro, devido à situação orçamental e económica em que nos encontramos, pelo que são necessárias reformas estruturas, nomeadamente no âmbito do Trabalho, das Finanças Públicas, da Administração pública, dos Impostos e da Segurança Social», referiu o ex-ministro das Finanças.
Sobre isto, diz, «a máxima prioridade do próximo Governo deveria ser o saneamento a sério das finanças públicas, não por causa de Bruxelas nem do Tratado de Maastricht, mas por nós próprios. E esta consolidação tem de ser feita pelo lado da despesa, de forma duradoura».
Miguel Beleza defende mais contenção nos aumentos salariais
- Paula Martins
- 16 dez 2004, 19:42
O economista Miguel Beleza defende uma contenção dos aumentos salariais, tendo em conta a baixa produtividade dos trabalhadores portugueses.
Continue a ler esta notícia