Sporting: Conselho de Administração da SAD abdica do aumento salarial - TVI

Sporting: Conselho de Administração da SAD abdica do aumento salarial

Salgado Zenha: «O Sporting ainda tem cerca de 70% do contrato com a NOS por utilizar»

Vice-presidente garante que a SAD não está arrependida das opções no mercado de transferências

O vice-presidente do Sporting, Francisco Salgado Zenha, revelou nesta segunda-feira que o Conselho de Administração da SAD vai abdicar do aumento salarial, mesmo que o mesmo venha a ser aprovado na assembleia de acionistas marcada para esta terça-feira.

«Há uma comissão acionista independente que faz a proposta e define, com base numa análise, qual deve ser o pacote de renumerações do Conselho de Administração. Esta proposta é feita com base num estudo, para ajuste dos salários de todos os colaboradores. Queremos ser coerentes com a ideia de profissionalizar a estrutura. Não podemos ter jogadores muitíssimos bem pagos, e depois toda a gente que está nos bastidores, e que possibilita o bom desempenho dos jogadores, estar insatisfeito e desmotivada para ser mal paga», começou por explicar o dirigente leonino, que tem a pasta financeira, em entrevista à rádio Observador.

Salgado Zenha fez questão de frisar, logo de seguida, que ainda assim a proposta é «muito inferior àquilo que é o valor de mercado».

«Não estamos aqui por dinheiro. No ano passado recebemos menos que a administração anterior, e abdicámos do premio variável, que para nós não fazia sentido. O Conselho de Administração recebia o mesmo que o Bruno Fernandes. Isso, para nós, não fazia sentido. No ano passado recebemos menos do que tínhamos direito, o que prova que não estamos aqui por dinheiro. A proposta visa estabilizar e ajustar o salário do Conselho de Administração ao mercado. Isso vai ao encontro da nossa politica de atrair talento para o futuro», acrescentou ainda o «vice» leonino, antes de anunciar a novidade.

«O clube vai aceitar essa proposta, mas o Conselho de Administração da SAD vai abdicar desse aumento. Não vai receber nem mais um cêntimo do que recebia ao ano passado. Precisamente porque não está aqui por dinheiro. Mas vamos ser coerentes com a nossa política: tem de existir ajuste nos bastidores. Nos administrativos, nos quadros, nos colaboradores e no Conselho de Administração. Estamos de acordo, mas deixamos claro que vamos abdicar. Não é o momento, nem queremos passar a mensagem que estamos aqui por dinheiro», concluiu.

A venda de Bas Dost e o futuro de Bruno Fernandes

Salgado Zenha falou ainda do mercado de transferência, para garantir que a SAD não se arrepende das opções que tomou, nomeadamente a venda de Bas Dost e a manutenção de Bruno Fernandes.

«Voltava a fazer igual. Não há dúvida nenhuma. Não fazia sentido aceitar aquilo que recebemos pelo Bruno Fernandes, e mantenho aquilo que fizemos», respondeu.

«O custo de Bas Dost não era comportável para a realidade do Sporting, e há decisões que devem ser tomadas. Se me pergunta se eu preferia ficar com Bas Dost ou Bruno Fernandes, eu digo o Bruno Fernandes. O Sporting não tem capacidade para ter todos os jogadores, e tem de tomar decisões. Por isso a resposta é não, não estamos arrependidos», garantiu o dirigente, que referiu ainda que a venda do capitão em janeiro «não é fulcral» para as finanças leoninas.

«Temos outras formas de gerar receitas, como já provámos, e também formas de nos financiarmos», respondeu.

Questionado sobre o empréstimo obrigacionista, Salgado Zenha lamentou as «condições inacreditáveis» em que teve de ser realizado.

«Foi prorrogado nas condições em que foi, e começámos a comercializá-lo um dia depois de o ex-presidente ser constituído arguido, ou pelo menos ter sido chamado ao Ministério Público», recordou.

Salgado Zenha falou ainda da instabilidade atual, para defende que a mesma «não ajuda», mas assumindo também que «não vem do ex-presidente Bruno de Carvalho, vem de há muito tempo».

«Por isso é que não somos campeões há muito tempo. É preciso criar condições para dar estabilidade ao Sporting e a quem lidera o Sporting», referiu o dirigente, defendendo que os mandatos devem ser cumpridos até ao fim.

«Devia ser sempre assim, salvo casos muito específicos, como aconteceu no verão passado (ndr. 2018), pois parece-me que não havia condições para continuar. Mas em teoria todos deviam cumprir o mandato», afirmou.

Salgado Zenha concluiu ainda com a ideia de que «a herança é muito difícil», mas garantiu que «as coisas estão melhores». «Estão longe de estar bem, como o presidente já deixou claro, mas estamos no caminho certo», acrescentou.

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