Apesar de ter transacionado Rui Patrício ao Wolverhampton por 18 milhões de euros, o Sporting só encaixou 2/3 dessa verba.
Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting e administrador da SAD leonina, esclareceu o ganho de 12,043 milhões de euros em relação à venda do guarda-redes que consta do Relatório e Contas comunicado à CMVM já nesta quinta-feira.
«Rui Patrício foi vendido por 18 milhões de euros. Da Gestifute, a petição da dívida foi reduzida de 9 milhões para 4 milhões de euros. E depois há uma diferença dos 14 para os 12 que está refletida nessa rubrica e que tem a ver com um protocolo que foi assinado com os Wolves. Não cedemos dos 18 milhões de euros de venda: isso para nós era crítico. Não só porque era um valor justo, mas porque, dada a situação de Rui Patrício antes de ter pedido a rescisão por justa causa e de na altura terem estado em cima da mesa os 18 milhões de euros, não quisemos ceder uma vírgula nesse valor», afirmou em entrevista à TVI24.
Refira-se que no Relatório é mencionado o pagamento de cerca de 4,5 milhões de euros à empresa detida pelo empresário Jorge Mendes.
Salgado Zenha pronunciou-se ainda sobre os casos de Gelson Martins, Daniel Podence e Rafael Leão, três jogadores que rescindiram alegando justa causa e sobre os quais o Sporting ainda pretende ser ressarcido financeira. «Ainda hoje falei com os jurídicos sobre esse tema e estamos bastante confiantes de que podemos ganhar os processos em relação aos três jogadores», disse o administrador, que abordou ainda o possível assédio a Bruno Fernandes por parte de outros clubes.
«Que eu saiba, não recebemos nenhuma proposta. Agora, com certeza que há interesse. Por 100 milhões de euros, acho que ele se vai embora. Qualquer coisa que seja abaixo, a decisão não depende de mim: é uma decisão tomada em conjunto com a estrutura do futebol. (...) Depende: se houver uma boa proposta e fizer sentido, pode sair. Mas se não fizer sentido por razões desportivas, pode não sair. E posso dizer que essa decisão não está tomada.»
Na mesma entrevista, Salgado Zenha assumiu a situação difícil de tesouraria, mas deixou uma garantia: «O Sporting é sustentável financeiramente.»