Gripe das aves: simulacro para testar eventual epidemia

A Direcção-Geral de Veterinária vai realizar um simulacro para avaliar as respostas do plano de contingência para a gripe das aves. Anúncio foi feito pelo director-geral de Veterinária, Agrela Pinheiro, e o exercício irá ocorrer na próxima semana. O anúncio foi feito na Comissão de Saúde da Assembleia da República, onde foi ouvido juntamente com o director-geral de saúde, Francisco George.

O simulacro deverá ser alvo de uma avaliação na próxima semana, segundo admitiu Agrela Pinheiro. As medidas de segurança foram explicadas pelo especialista que deu vários exemplos, entre os quais, a criação de zonas tampão que poderão delimitar um concelho, um conjunto de concelhos ou até um distrito, após ser detectado um caso.

Mas o director-geral de Veterinária fez questão de ressalvar que estamos perante «um problema veterinário e não de saúde humana».

A quebra de consumo da carne de aves é algo que este responsável diz não fazer sentido: «todos os produtos vendidos em território nacional, passam por uma rede de controlo e, dessa forma, tudo o que tiver marca sanitária é perfeitamente seguro».

O mesmo responsável adiantou que «dois zoológicos em Portugal já foram alvo de vacinação» e que outros casos devem ser ponderados, até porque «não há nenhuma vacina cem por cento eficaz».

A vacinação não é uma questão consensual e Portugal, Alemanha, Bélgica e Grécia abstiveram-se, esta quarta-feira, na decisão da União Europeia de autorizar a França e a Holanda a vacinarem animais contra a gripe de aves.

Agrela Pinheiro referiu ainda que devido ao aumento da migração de aves, «Março e Abril» são meses preocupantes e que as espécies mais preocupantes na propagação do vírus «são as aquáticas» e que estas são alvo de especial atenção.

Tamiflu já está em Lisboa

Portugal tem 110 mil doses de Tamiflu (o medicamento de combate à variante humana da gripe das aves) guardadas num armazém na zona de Lisboa e encomendou mais 2,5 milhões de doses. Os números foram avançados pelo director-geral de saúde, Francisco George, que também esteve na Assembleia da República.

Este responsável sustenta que o vírus constitui «um risco pequeno em termos de saúde pública», mas ainda assim garante que «há motivos para estarmos preocupados».

Os deputados da comissão de Saúde ficaram também a saber que a possibilidade de contágio entre humanos não existe. O vírus pode chegar ao ser humano por via de poeiras inaladas, esclareceu Francisco George.