Três mil em vigília contra fecho das urgências - TVI

Três mil em vigília contra fecho das urgências

  • Portugal Diário
  • 13 fev 2007, 21:53
Manifestação em Vendas Novas

Habitantes de Vendas Novas prometem intensificar a luta com marcha lenta na EN4

Mais de três mil pessoas concentraram-se esta terça-feira junto ao centro de saúde de Vendas Novas numa vigília de protesto contra o eventual encerramento das urgências, prometendo intensificar a «luta» com uma marcha lenta na Estrada Nacional 4, refere a Lusa.

A vigília, convocada pelo Movimento de Cidadãos Independentes pela Defesa das Urgências do Centro de Saúde de Vendas Novas (MCIVN), deverá decorrer até cerca das 22:00 à entrada da unidade de saúde, local onde o trânsito foi cortado devido à concentração.

Os protestos foram desencadeados depois do relatório final da comissão técnica para a requalificação e redistribuição geográfica da rede de serviços de urgência ter sugerido o fecho das urgências em Vendas Novas.

No entanto, a proposta inicial, que esteve em discussão pública durante os meses de Outubro e Novembro, configurava a criação de um Serviço de Urgência Básica (SUB) em Vendas Novas.

Contudo, o relatório final, apresentado a 01 de Fevereiro, já não prevê um SUB para Vendas Novas, onde as actuais urgências, prestadas pelo Serviço de Atendimento Permanente (SAP), poderão também fechar.

Perante as mais de três mil pessoas concentradas, Anabela Vagarinho, porta-voz do movimento de cidadãos independentes, prometeu que a «luta continuará a ser travada» com novas acções em defesa do serviço de urgências na cidade.

Uma das iniciativas, prevista para a próxima semana, passa pela realização de uma marcha lenta com buzinão, em ambos os sentidos da estrada nacional 4, que atravessa Vendas Novas e faz ligação à fronteira com Espanha.

«Está em jogo a nossa saúde e das gerações vindouras», considerou a representante do MCIVN, apelando à «união da população» na contestação ao fecho das urgências.

Responsabilizando o governo pela decisão que vier a ser tomada, o presidente do município, José Figueira, dirigiu as críticas ao ministro da Saúde, Correia de Campos, por não ter respondido a um pedido de reunião urgente com a autarquia.

José Figueira adiantou que o município decidiu também solicitar audiências aos grupos parlamentares, assim como reuniões com várias entidades do concelho, como as empresas do Parque Industrial local, colectividades, instituições e associações e o comandante da Escola Prática de Artilharia.

«A comissão técnica não teve em conta uma série de factores, como o risco industrial, porque laboram aqui mais de 50 empresas, com mais de 1.500 trabalhadores, o facto de termos uma unidade militar, com 500 militares e, em alguns períodos, o triplo, e a Estrada Nacional 4 atravessar o concelho, com 20 mil viaturas diárias, quatro mil das quais pesadas e muitas com matérias perigosas», sustentou.
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