Novo líder do Eurogrupo: Merkel recusa especulações

Tem Angela Merkel feito lobbying a favor de Wolfgang Schäuble para presidir ao Eurogrupo a partir de junho? O «Financial Times» alemão diz que sim; o porta-voz da chanceler recusa confirmar a notícia.

«Ainda nem sequer está claro que o atual presidente, Jean-Claude Juncker, saia. Nessa questão ainda não está nada determinado e não participamos em especulações», disse aos jornalistas, em Berlim, Steffen Seibert, citado pela Lusa.

O «Financial Times Deutschland» escreve esta sexta-feira que Angela Merkel tem vindo a tentar reunir apoios junto dos seus homólogos europeus em favor da candidatura do seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, à presidência do Eurogrupo, o organismo que junta os ministros das Finanças da Zona Euro.

Schäuble é atualmente tido pelas fontes contactadas pelo «Financial Times» como o candidato mais forte ao cargo, depois de nomes como o italiano Mario Monti ou o primeiro-ministro finlandês, Jyrki Katainen, terem já dito que não estão interessados no lugar.

O maior obstáculo é, ainda segundo o jornal de economia, Paris, onde o presidente Nicolas Sarkozy entende que o preenchimento deste lugar por Wolfgang Schäuble desequilibrará as relações de poder dentro da Zona Euro a favor de Berlim.

Já esta manhã, o porta-voz do ministério alemão das Finanças declinou fazer qualquer comentário sobre o assunto, argumentando que o tema não está na ordem do dia e será provavelmente decidido em maio, ao mesmo tempo que sairão as nomeações para outras posições no Banco Central Europeu e no Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento.

O próprio Wolfgang Schäuble recusou fazer comentários. «Temos outras preocupações de momento. A especulação sobre assuntos pessoais pode ser interessante para os media, mas temos outros assuntos pela frente», afirmou, segundo a Associated Press, aos jornalistas numa conferência de imprensa em Berlim.

Jean-Claude Juncker tem sugerido que a função de chefe do Eurogrupo deve passar a ser assumida a tempo inteiro, mas a Alemanha defende que o cargo deve continuar a ser desempenhado por um governante europeu em funções, esclareceu o porta-voz do ministério de Schäuble.