Constâncio assegura que pensões estão garantidas por várias décadas

Vítor Constâncio, em entrevista ao «Jornal de Negócios», na avaliação à situação do país, diz que 2006 foi «o ano de viragem», quer na recuperação da economia, quer na consolidação orçamental. Para o ano em curso, prevê subida dos salários reais e do emprego.

E, apesar de 2007 não significar «o regresso a um período de convergência real da nossa economia», o governador pensa que voltar a crescer acima da UE «poderá estar no horizonte».

Sobre as polémicas práticas comerciais da banca, admite abusos e revela que o BdP vai ganhar novos poderes.

O OE de 2007 depende do PRACE?

Isso está assumido no próprio documento orçamental.É evidente que está dependente disso.

E a reforma da Segurança Social?

Foi a reforma de maior alcance a longo prazo. Ela garante nas próximas décadas a sustentabilidade do regime da segurança social e, portanto, das finanças públicas portuguesas. É uma reforma de grande alcance, com efeitos que se vão processar gradualmente no tempo, embora nestes próximos anos não tenha ainda um impacto muito grande.

Ao dizer que é a reforma de maior alcance, refere-se só às deste Governo?

A Lei que foi aprovada em 2001 já teria efeitos significativos, mas não suficientes. E havia uns problemas quanto ao início dos seus efeitos, que não teriam lugar antes de 2017. mas a fórmula que resultou da Lei de 2001 era importante. Mas é com o conjunto das medidas entretanto tomadas que, agora, sim, se garante a sustentabilidade das finanças públicas portuguesas a longo prazo. E isso é muito importante.