Andebol: seleção regressou a casa com «sensação de missão cumprida» - TVI

Andebol: seleção regressou a casa com «sensação de missão cumprida»

Selecionador Paulo Jorge Pereira fez balanço na chegada ao Porto

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A seleção nacional de andebol regressou esta quarta-feira a Portugal, proveniente do Egito, onde terminou o Mundial no 10.º lugar, contornando uma ausência de 18 anos do evento com a melhor classificação de sempre em cinco participações.

«Ao criarmos a nós próprios e nos outros uma expectativa elevada, por vezes corremos o risco de não ficar muito contentes, quando até temos um resultado assim. Estamos um pouco tristes, mas termos perdido só com duas seleções de renome internacional deixa-nos uma sensação de missão cumprida», admitiu o selecionador Paulo Jorge Pereira.

O técnico falava aos jornalistas logo após a chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde a comitiva dos «heróis do mar» foi recebida por dois adeptos trajados com as cores nacionais, no ocaso de duas semanas de intensa competição no Egito.

Portugal superou os desempenhos de 1997 (19.º lugar), 2001 (16.º) e 2003, numa edição organizada em casa (12.º), ficando atrás das oito seleções presentes nos quartos de final e da Eslovénia, que também teve seis pontos, mas uma melhor diferença de golos.

«Recusaremos sempre estabelecer metas mais ou menos fáceis de atingir. Se for por aí, provavelmente ficaremos aquém do que podemos fazer. Temos de ser um pouco até irrealistas. Infelizmente, vivemos num país que não presta muita atenção ao desporto e estamos a combater seleções e países que dão uma importância extrema», comparou.

Paulo Jorge Pereira lembra que Portugal «consegue equilibrar e, por vezes, ganhar a esses países», como sucedeu no triunfo inaugural sobre a Islândia (25-23), que veio anteceder as vitórias sobre Marrocos (33-20) e Argélia (26-19) na fase preliminar.

Líder do Grupo F, Portugal entrou no Grupo III da ronda principal com quatro pontos e impôs-se à Suíça (33-29), mas as derrotas com Noruega (29-28) e França (32-23) impediram a passagem aos quartos de final e à luta pelas medalhas.

«A grande maioria deste grupo está pela primeira vez neste tipo de evento. Participámos em duas provas consecutivas, que não são suficientes para conseguirmos gerir as emoções durante resultados muito apertados, em jogos que não podemos falhar. Isso só se consegue se andarmos mais vezes neste patamar», defendeu Paulo Jorge Pereira.

O central Miguel Martins destacou as melhorias patenteadas por um «grupo muito forte e coeso», que atingiu há um ano a sexta posição no Campeonato da Europa, fixando a melhor prestação de sempre, e já é «olhada com respeito» pelos oponentes.

«Ambicionávamos lutar pelas medalhas e sabíamos que isso poderia ser possível. Fizemos o nosso trabalho ao vencer a Suíça e cruzámos com duas das melhores equipas do mundo. Podíamos ter vencido a Noruega e perdemos por um. Depois aquele jogo tão importante com França não nos correu tão bem», destacou o andebolista do FC Porto.

Depois de ter sido um dos nomes lusos em maior evidência no Egito, com 27 golos em seis jogos, Miguel Martins aponta ao «trabalho a realizar» até março, quando Portugal lutará por uma presença inédita nos Jogos Olímpicos frente a França, Croácia e Tunísia.

«Estivemos reunidos no final do Mundial para fazer um balanço e definir a próxima meta. Depois deste amargo de boca, temos de nos focar ainda mais e trabalhar nos clubes para podermos chegar lá ainda mais fortes e acreditarmos mesmo que podemos estar em Tóquio2020, algo que todos queremos», atirou o dono da camisola 10, de 23 anos.

Paulo Jorge Pereira antecipa uma «luta terrível» no Grupo 2 do torneio pré-olímpico, a decorrer de 12 a 14 de março, em Montpellier, onde Portugal terá um desafio «mais difícil» que o Europeu2020 e o Mundial2021 e uma «oportunidade única» de fazer história.

«Vamos defrontar a França na casa deles e uma das melhores seleções do mundo. Por acaso, a Croácia ficou atrás de nós agora, mas acho que foi um percalço, até porque está sempre lá em cima a lutar pelas medalhas. Vai ser um osso muito duro de roer», frisou, consciente de que o andebol luso «evoluiu um pouco, mas ainda tem muito para fazer».

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