Dez coisas a saber sobre a Letónia: atenção, há nudez - TVI

Dez coisas a saber sobre a Letónia: atenção, há nudez

Geórgia vs Letónia (foto: EPA)

O currículo português, a menina de Riga ou a história do Mundial 1938

Portugal defronta a Letónia no domingo, no Algarve, em jogo de qualificação para o Mundial 2018, que se disputará na Rússia. Os letões são penúltimos do grupo de apuramento, com três pontos, graças a um triunfo sobre Andorra. De resto, perderam com com Ilhas Faroé e Hungria, por 2-0 em ambas as ocasiões. A seleção nacional já defrontou a Letónia, mas novo encontro serve para se aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre aquela seleção e até o país. O Maisfutebol agrupou dez coisas a saber sobre o adversário de domingo.

Portugal venceu todos os jogos à Letónia

Não apenas na seleção sénior masculina. Portugal tem um recorde imaculado frente à seleção que defronta neste domingo, em todos os escalões, géneros e modalidade em que as duas formações se enfrentaram.

Comecemos pelos homens desta vez. Há quatro jogos entre as equipas principais de Portugal e Letónia. Cinco nos sub-21, dois nos sub-19 e um nos sub-17. São 12 jogos, 12 vitórias para a seleção nacional.

O futsal também já tem a sua parte: os AA bateram os letões por uma vez, os sub-21 duas.

Nas senhoras há apenas um confronto: em 2010, entre as sub-19, com triunfo português por 5-0.

Ou seja, 16 triunfos no total, 50 golos marcados, 6 sofridos. Já agora, Portugal nunca perdeu quando joga no Estádio Algarve.

Cristiano Ronaldo e Renato Sanches

Cristiano Ronaldo era um rapaz bastante novo quando defrontou a Letónia pela primeira vez. O capitão português era, na altura, vice-campeão europeu de seleções. Um degrau abaixo, portanto, daquele em que está agora. A Letónia foi o primeiro jogo de CR7 após a final do Euro 2004, com a Grécia, na Luz. Em Riga, Ronaldo atingiu as 14 internacionalizações e apontou o seu terceiro golo pela seleção. É o único jogador do lote de Fernando Santos a marcar frente à equipa sénior da Letónia.

Ronaldo em ação em Riga: marcou o 1-0 e ofereceu o 2-0 a Pauleta

De resto, dos convocados da equipa apenas outro jogador já apontou um golo aos letões. Renato Sanches marcou num 3-0 aplicado em Taveiro, nos sub-17…há dois anos.

A menina nua de Riga

Aquele primeiro encontro de Cristiano Ronaldo com a Letónia ficou marcado por um momento caricato. Portugal dominou largamente o encontro, com o jogador do Manchester United (naquele altura, obviamente) a ser um dos grandes protagonistas da noite. No entanto, o 0-0 persistia e alguém decidiu roubar o palco.

Liene Baldure irrompeu pelo relvado, calçada com umas botas brancas, umas meias encarnadas até aos joelhos e uns calções, curtíssimos, da mesma cor…e nada mais. Sim, estava em topless, agarrou-se ainda a Nuno Valente, mas Portugal acabou mesmo por vencer o encontro. 2-0, golo de Ronaldo logo depois, e assistência do madeirense para Pauleta fechar o marcador. Nada abalou a concentração portuguesa nessa noite. Quanto à menina de Riga, teve de ir a tribunal conhecer o destino.

 

 

Portugal no momento mais bonito dos letões

A Letónia é um dos três países do Báltico, tem um recorde bem melhor do que Estónia e Lituânia, as vizinhas, e é, até hoje, a única nação das três a jogar uma grande competição de futebol.

Em 2004, os letões vieram até Portugal disputar um Europeu com apenas 16 equipas. Às 17h00 de 15 de junho de 2004, em Aveiro, fez-se história com a Letónia a defrontar a Rep. Checa numa fase final de um torneio internacional.

Os letões perderiam esse jogo por 2-1, depois de terem estado a vencer. No entanto, dias depois, no Bessa, travaram a poderosa Alemanha, com um nulo e deixaram os germânicos muito perto da eliminação. A Rep. Checa acabou o trabalho ao vencer a Mannschaft por 2-1, enquanto a Holanda vencia os letões por 3-0 e os enviava de regresso a casa com o último lugar do grupo D, mas com um saboroso ponto frente aos alemães.

Refira-se que na fase de qualificação, a Letónia fez 16 pontos. Ficou atrás da Suécia, mas à frente de Polónia, Hungria e San Marino.

Maris Verpakovskis, goleador da «cidade onde o vento nasce»

Natural da «cidade onde o vento nasce», Liepaja, Maris Verpakosvkis é o mais famoso futebolista da história da Letónia. Avançado, é o recordista de golos pela seleção: dos 29 que tem nenhum é a Portugal.

Verpakovski teve um passado interessante como futebolista. Deixou o Skonto Riga em 2003 e assinou pelo Dínamo Kiev. Passou quatro anos na Ucrânia, jogou a Liga dos Campeões e até marcou num empate com o Real Madrid (2-2).

Saiu para Espanha em 2007, emprestado ao Getafe. Seguiram-se uma série de cedências (Hajduk Split, Celta de Vigo e Ergotelis) até que assinou pelo FC Baku, do Azerbaijão. Retirou-se em 2015, no clube da terra, o FK Liepaja, do qual é presidente.

É o único letão a marcar um golo numa fase final (no Euro 2004, frente à Rep. Checa) e autor do 1-0 com que a Letónia bateu a Turquia, no play-off de acesso ao mesmo torneio.

Vitalijs Astafjevs igual a Casillas

O jogador mais internacional da Letónia é Vitalijs Astafjevs. Nascido em Riga, este antigo médio jogou 167 vezes pela seleção. O que é que isto quer dizer? Que é o jogador europeu com mais internacionalizações de sempre. A par de um tal Iker Casillas, já agora.

Astafjevs fez quase toda a carreira na Letónia, ao serviço do Skonto Riga, pelo qual venceu oito títulos de campeão. Ainda experimentou o Austria Viena, o Bristol Rovers de Inglaterra, o Admira Wacker (Áustria de novo) e o Rubin Kazan da Rússia. Depois da reforma, passou a treinador.

A história do Mundial 1938

O Mundial de 1938 foi o terceiro dos mundiais e a Letónia pretendia disputá-lo. Depois dos campeonatos de 1930, no Uruguai, e de 1934, em Itália, era a vez de a França receber a prova, num continente a viver uma enorme tensão política.

E ela teve repercussões futebolísticas. A Letónia jogou a qualificação: bateu a Lituânia em duas partidas e chegou à ronda final para defrontar a Áustria. Os austríacos venceram por 2-1 o que determinava que a Letónia ficava para trás.

Mundial de 1938, em França: com a anexação austríaca, os jogadores passaram a representar a Alemanha

Porém, deu-se a Anschluss: a anexão da Áustria por parte da Alemanha. Significou que os austríacos foram incorporados na seleção germânica e abriu-se uma vaga. Em vez de convidar os letões, segundos do grupo 8, a FIFA preferiu os ingleses, que declinaram a entrada no torneio. O Mundial ficou com uma equipa a menos.

O campeonato dividido em três

O campeonato letão começa a disputar-se em março e termina em novembro. Durante o resto do ano, não existe, devido ao inverno. O atual campeão é o Sparatks Jurmala, que conquistou o título a 26 de outubro.

A história da liga letã confunde-se com a do país. Ou seja, é dividida pelo período soviético.

O primeiro campeonato nacional aconteceu em 1922. Quatro anos antes, a Letónia declarara-se independente, uma das consequências da revolução de 1917, que levou ao colapso do império russo.

A liga letã tem uma interrupção em 1937, mas joga-se até 1940. Nesse ano, é cancelada em definitivo. Uma série de eventos históricos, entre os quais o acordo entre Alemães e a União Soviética, leva a uma incorporação da Letónia na URSS. O campeonato só regresso após o fim da II Guerra Mundial.

Nessa altura, a designação muda para ficar de acordo com o país. entre 1945 e 1990 disputa-se, assim, o Campeonato de Futebol da República Socialista Soviética da Letónia. Com a restauração da independência, em 1991, volta-se ao nome antigo e o formato envolve uma competição a quatro voltas.

O Skonto Riga é o clube com mais títulos.

Quem são os letões que Portugal defronta?

O selecionador Marians Pahars chamou 23 futebolistas para o jogo com Portugal. Desses, há 10 que jogam na Letónia. Campeão em 2015, o FK Jelgava é o emblema mais representado.

Com 35 anos, Kaspars Gorkss é o capitão. Tem 81 internacionalizações e joga no Liepaja.

Os melhores marcadores da seleção letã no ativo são o médio Aleksejs Višņakovs, de 32 anos, e o avançado Ģirts Karlsons, de 35, com nove golos.

Guarda-redes, Andris Vanins joga no Zurique, da Suíça, e é o mais velho com 36 anos. Tal como o colega da baliza, o avançado Arturs Karasausks joga na segunda divisão helvética, mas no Wil.

Três letões jogam na Polónia: Pavels Steinborns (Arka Gdynia), Vladislavs Gabovs (Korona Kielce), e Vladislavs Gutkovskis, do Bruk-Bet Termalica Nieciecza.

Três dos defesas convocados atuam também no estrangeiro. Vitālijs Maksimenko (Mattersburg, Áustria), Igors Tarasovs (Girensunspor, Turquia) e Vitalis Jagodinskins (Diósgyőri VTK, Hungria)

Rudnevs em ação com o Kaká, do Sp. Braga, quando o letão jogava pelo Lech Poznan

Artur Zjuzins e Ivans Lukjanovs jogam na Rússia, por Tambov e Fakel Voronezh, respetivamente.

Dāvis Ikaunieks atua no Vysočina Jihlava, da Rep. Checa, e Jānis Ikaunieks no Metz francês.

O mais conhecido dos letões é, assim, o avançado Artjoms Rudnevs, que desde 2012 evolui na Alemanha, quase sempre na Bundesliga. Está agora ao serviço do Colónia.

O futebol não é com eles, mas têm uma estrela em Nova Iorque

Ora, o futebol não é a modalidade mais famosa da Letónia. Esse direito é do hóquei no gelo. Os letões têm hoquistas na NHL, a liga norte-americana da modalidade. Mais do que isso, há quase duas dezenas de letões que por lá passaram.

No entanto, o mais famoso dos letões a entrar-nos pela TV adentro joga na NBA. Chama-se Kristaps Porzingis, é poste e é uma estrela em Nova Iorque: joga pelos Knicks.

Kristaps Porzingis: aqui em luta com Dwyane Wade

O basquetebol é a segunda modalidade do país, bem à frente do futebol. A tradição de basquetebol no país vem de longe e a Letónia até foi a vencedora do primeiro europeu, em 1935. Pouco antes de ser incorporada na União Soviética, que detém o recorde de títulos.

O futebol aparece junto a uma série de modalidades como ténis, voleibol, olímpicas de inverno como o bobsleigh e o skeleton, e ainda o floorball (parecido com de hóquei, mas jogado com ténis num pavilhão).

O letão com melhor registo nos Jogos Olímpicos é Maris Strombergs. Venceu duas medalhas de ouro. Uma em Pequim, outra em Londres. No BMX.

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