Portugal-Sérvia, 1-1 (crónica) - TVI

Portugal-Sérvia, 1-1 (crónica)

Seleção fez muito para vencer na Luz

Portugal empatou um jogo que devia ter vencido. E é bom esclarecer já esse ponto. A seleção fez muito para sair da Luz com uma vitória sobre a Sérvia. Fez tanto que não precisaria ficar a lamentar a lesão de Ronaldo ou uma grande penalidade que até o árbitro viu!  

Escrevamos a sentença: Portugal empatou porque não concretizou uma só das inúmeras ocasiões de golo que criou neste jogo. Sim, porque o golo de Danilo é outra coisa e merece um espaço próprio. Como as exibições de William Carvalho e Bernardo Silva.

Um atropelo

Houve mais incidentes em 45 minutos deste Portugal-Sérvia do que em muitos 90 minutos que há por aí fora, ou até mesmo em 120. Dos hinos ao penálti de Tadic, da lesão de Ronaldo ao protagonismo de Bernardo Silva, do golaço de Danilo até à aflição portuguesa mesmo a fechar o primeiro tempo.

Qualquer que fosse a ideia de Fernando Santos ao lançar a equipa num 4x4x2 com Danilo no lugar de Rúben Neves ela, certamente, mudou a partir do momento em que Rui Patrício cometeu um atropelo ao guião: e derrubou Gacinovic na área portuguesa.

Tadic fez o 1-0 aí, mas a ambição de Ronaldo devolveu o povo aos assentos. O capitão respondeu no minuto seguinte e Dmitrovic fez a primeira grande defesa do encontro. Parecia que isto, afinal, era mesmo uma noite de cinema, com o público, em família, de pipocas na mão e a apreciar o espetáculo que aí vinha: certamente CR7, o herói dos heróis, levar-nos-ia a um final feliz.

Enquanto a esperança de golo tinha nome e camisola do madeirense, era um pouco mais atrás que William Carvalho e Bernardo Silva pegavam no jogo. O desempenho do camisola 11 foi um tratado de como aproximar a equipa da baliza contrária, a definir jogadas e sempre com ajuda boa do médio do Betis: William é cada vez menos o médio mais recuado e, não se surpreenda, ainda bem.

Aos 30 minutos, Portugal já tinha tido ocasiões de sobra para estar em igualdade no marcador. Mas também aí já não tinha o mais prolífico dos avançados do planeta. Isso terá feito diferença agora que se olha para trás e se vê um preocupante 1-1 final que baralha contas e o futuro para o Euro 2020.

Ninguém em toda a seleção conseguiu empurrar para dentro da baliza uma quantidade de bolas que atravessou a área sérvia.

Ainda assim, está aqui um empate. Porque Danilo, de toda a gente, apontou um golo inesperado e gigante. Dos que estavam em campo, era o número 13 aquele que fugia mais ao que o jogo pedia. Talvez por isso, nem os sérvios acreditaram que Danilo pudesse ganhar metros, correr com a bola e marcar um golo que tirou alguma pressão a Portugal e lançou o segundo tempo.

Dois atropelos

Os sérvios foram encostados atrás durante muito tempo pelo jogo de Bernardo Silva e William Carvalho, mas ainda tiveram ocasião para lembrar Portugal que, numa falha, podiam voltar a marcar. Ainda assim, a tendência da segunda parte foi muito aquela em que Portugal se superiorizou ao adversário.

Com a saída de Ronaldo, Fernando Santos assumiu ainda mais o protagonismo de Bernardo Silva e deixou-o ficar no meio. Pizzi vinha para a direita e William jogava descaído na esquerda, embora muitas vezes surgisse no miolo, entre linhas. Muito mais médio do que médio-defensivo, obviamente.

Infelizmente para as cores nacionais, William também foi um dos que, à boca do golo, não conseguiu soltar um grito de celebração. Aquele lance aos 71 minutos espelha muito do jogo desta noite: Portugal criou muito e bem, finalizou mal.

É verdade que também teve uma oportunidade a menos do que lhe era devido. Toda a gente viu que Rukavina tocou com o braço na bola. Até o árbitro o visualizou e, sem dúvidas, apontou para penálti. Preferiu desconfiar do que vira e assumir a palavra do assistente.

A seleção podia ter marcado depois disso, o que é de enaltecer e sublinhar: Portugal não deve ficar agarrado ao lance do penálti, porque foi muito maior do que isso, ainda que só o pontapé de Danilo tenha sido, de facto, um raio de luz na finalização portuguesa.

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