363 dias depois, Portugal voltou a perder. Não acontecia 28 de março de 2017, dia da receção à Suécia nos Barreiros (na Taça das Confederações a equipa das quinas só caiu no desempate por penáltis).
No último ensaio antes da convocatória para o Mundial2018, Portugal deixou indicadores negativos frente a uma Holanda distante dos tempos áureos, e que nem precisou de deslumbrar para conseguir um triunfo folgado, o primeiro sob o comando de Ronald Koeman.
Depois da vitória sobre o Egito, arrancada nos descontos com «bis» do capitão, Fernando Santos optou por fazer nove alterações, incluindo a estreia de Mário Rui. Só Rolando e Cristiano Ronaldo conservaram a titularidade, o que teve influência no rendimento luso, sobretudo na primeira parte.
A equipa também nunca pareceu confortável com Manuel Fernandes, Bruno Fernandes, Adrien e André Gomes em simultâneo na zona intermédia. Ronaldo andou “abandonado” na frente, e nem houve equilíbrio para apregoar em contrapartida. Pelo contrário: a equipa foi demasiado frágil defensivamente, e ao intervalo já tinha os três golos sofridos.
Depay rentabilizou um contra-ataque (11m) e Babel colheu os frutos de um desequilíbrio provocado por De Ligt (32m), central que à beira do descanso ainda fez a assistência para o tento do parceiro Van Dijk, na sequência de um lance de bola parada (45m).
Fernando Santos lançou Neto, Guedes e André Silva no reatamento (para os lugares de Rolando, Adrien e André Gomes), e a Seleção começou logo a mostrar que queria deixar uma imagem diferente. Ainda que essa vontade tenha sido condicionada pela expulsão de João Cancelo (62m).
Portugal acabou por nem sequer chegar ao golo, que seria o milésimo da história da equipa das quinas, mas criou três ou quatro boas ocasiões para tal, sobretudo nos instantes finais do encontro, numa altura em que Ronaldo já nem estava em campo (saiu ao minuto 68).
Depois de uma primeira parte descansada, Cillessen evidenciou-se perante remates de Mário Rui (74m) e Gonçalo Guedes (90m). E na única vez em que o guarda-redes holandês estava batido, apareceu a perna de Van de Beek a negar o golo a André Silva (90m).
Portugal sofre assim a derrota mais pesada sob o comando de Fernando Santos, a mais volumosa em quase quatro anos, depois da goleada diante da Alemanha no Mundial2014 (4-0).