Fernando Santos, selecionador português, analisa a vitória sobre a Bélgica, em jogo de preparação para o Euro2016:
«Foi uma vitória justa. Se foi categórica ou não é subjetivo, mas sem justa foi, seguramente. A Bélgica teve mais posse de bola, mas sem grande perigo. Teve duas ou três oportunidades para além do golo, mas nós criámos várias. Em vários momentos controlámos o jogo, e penso até que o controlámos no global. Isto frente a um adversário de qualidade, técnica e fisicamente. No espaço aéreo e nos duelos físicos criou-nos algumas dificuldades, mas fizemos um bom jogo.»
[esta vitória prova que a aposta num modelo sem ponta de lança de raíz é acertada?] «Não fizemos tudo mal com a Bulgária, Fizemos coisas positivas, e algumas negativas. Uma das coisas positivas foi a forma como criámos oportunidades. Mas não as finalizámos. É uma ação positiva com aspetos menos positivos. Defensivamente tivemos alguns aspetos negativos. Hoje conseguimos ter esses aspetos positivos e não tivemos aspetos negativos, só alguns menos positivos. Há coisas a melhorar, como é óbvio. É uma das formas em que a equipa pode render bem, mas sempre disse que precisava de outras soluções. Na segunda parte testámos uma alternativa, mas penso que esta é a melhor forma de potenciar os jogadores.»
[como vão ser estes próximos meses até à lista final?] «Com muito trabalho, naturalmente. A preparação está mais ou menos detalhada. Vamos continuar com observações. Não quer dizer que agora vá ver jogadores que não conheço, mas temos de continuar a observar.»
[o balanço após os dois jogos é positivo? «Eu disse que o resultado com a Bulgária não era assim tão dramático, como hoje não é tudo fantástico. Fico satisfeito, com um lado menos satisfeito que foi a derrota. Eu já tinha dito antes que um dos jogos servia para ver a equipa praticamente só em momento ofensivo. Tínhamos de jogar mais alto no terreno, mais subidos, mais atentos às transições. Criámos situações de golo, mas não fomos fortes nas transições. Faltou alguma agressividade na conquista da bola. Não estivemos bem arrumados no campo para defender logo após a perda da bola. Este jogo era diferente. Teríamos menos bola, íamos estar mais vezes na nossa área, mas também com mais possibilidade de explorar o contra-ataque, e tivemos alguns que foram brilhantes.»
«Defrontámos uma grande equipa, que está na liderança do ranking da FIFA. O seu treinador disse, e bem, que também queria ganhar o Europeu, e acredito que é possível. Foi um bom jogo para as duas equipas.»
[sobre Ricardo Carvalho, que falhou o primeiro jogo devido a gripe e desta vez não entrou, embora tenha estado a aquecer] «Tinha pensado lançar o Ricardo alguns minutos. Teve febre a semana toda e era arriscado jogar muito tempo, mas estava a contar meter algum tempo. Só que depois o André Gomes começou a ficar com muita fadiga. Ele até esteve em dúvida para este estágio, e houve um momento em que foi abaixo. Entendi então meter o William. Ia tirar o Pepe para lançar o Ricardo Carvalho, mas perante isto não valia a pena ele ficar a aquecer até ao final do jogo.»
[sobre a utilização em simultâneo de Danilo e William, na segunda parte] «O André não podia mais e precisava de altura. No Sporting joga ele [William] e Adrien. Ele não joga só na posição 6. O Danilo sim, no FC Porto. Tenho uma colaborador que trabalhou com o William nas camadas jovens e ele até era mais 8 do que 6. Pode ser 8 perfeitamente. Pedi ao Renato que jogasse mais à frente e ao William e ao Danilo que alternassem.»