Manual de tudo o que não se deve fazer (crónica) - TVI

Manual de tudo o que não se deve fazer (crónica)

Portugal B derrotado pela Alemanha (0-2) Uma decepção a quase toda a linha. Portugal deu espaços a mais na defesa, nunca encontrou um fio de jogo e não revelou imaginação no ataque. A eficácia germânica chegou e sobrou para uma selecção portuguesa demasiado abaixo do que vale

Desilusão. A selecção B de Portugal fez, esta noite, um jogo fraco e sem imaginação, tendo perdido por 0-2 diante da sua congénere alemã, resultado que não merece contestação. 
 

A exibição dos pupilos de Rui Caçador foi decepcionante. Portugal nunca conseguiu pegar no jogo e esgotou-se nos rasgos de Agostinho, sempre infrutíferos, e nas tentativas solitárias de Carlitos, igualmente inconsequentes.  

O extremo do Málaga protagonizou grande parte das jogadas de ataque, pelo corredor esquerdo, mas revelou mais entrega do que discernimento e acabou por ser substituído pouco depois do reatamento. Mais discreto, mas um pouco mais eficaz esteve Carlitos, que pela direita ensaiou duas jogadas de algum perigo. Na melhor delas, aos 52 minutos, serviu Emanuel, mas o boavisteiro atirou por cima.  
 

Sem rei nem roque 

O meio-campo, macio e pouco batalhador, perdeu a guerra para o lado alemão, onde pontificava um «punzer» chamado Maul. Luís Vouzela não tem dotes de organizador, Emanuel mostrou-se perdido, Rui Óscar e Mário Silva não souberam aproveitar a maior liberdade de acção que o sistema adoptado poderia permitir.

Mas o grande problema da equipa de Rui Caçador esteve na defesa -- a começar pelo guarda-redes. De facto, Nuno esteve irreconhecível, largando bolas em zonas proibidas. Intranquilo, o guardião português podia ter provocado uma diferença ainda maior no resultado. 

Para agravar, Veríssimo, Ricardo Silva e Litos não mostraram a segurança que os caracteriza e deram espaços a mais às unidades ofensivas dos germânicos. Michalke, Neusendorf e Seitz (sobretudo estes três) agradeceram e, em três ou quatro ocasiões na primeira parte, anunciaram o que se confirmou mesmo no final da metade inicial: Frings, numa abertura inteligente, aproveitou o buraco na defesa portuguesa e serviu Neusendorf que, sozinho na área, inaugurou o marcador.  
 

Expulsão de Neusendorf... nada mudou 

Se na primeira parte o jogo tinha sido entediante, no segundo tempo, então, a qualidade do espectáculo baixou a níveis muito pouco recomendáveis. 

Os alemães deram-se por satisfeitos com a magra vantagem, tranquilos perante um Portugal pouco mais do que inofensivo. A selecção portuguesa nunca encontrou um fio de jogo, nem mesmo quando Neusendorf, que estava a ser uma das melhores unidades em campo, foi expulso por acumulação de cartões. 

Mesmo em inferioridade numérica, foi a Alemanha quem continuou a mandar o jogo. O 2-0 surgiu, pois, com naturalidade. Ketelaer, isolado, desfeiteou Nélson, que entretanto havia substituído o desastrado Nuno. 
 
 

Ficha do jogo 
 

Estádio Avelino Ferreira Torres, no Marco de Canaveses

Árbitro: Mejuto Gonzalez 

PORTUGAL ¿ Nuno (Nélson, 73 m); Ricardo Silva (Jorge Andrade, 46 m), Veríssimo e Litos (Fangueiro, 73 m); Rui Óscar (Sousa, 46 m), Emanuel, Luís Vouzela (Maniche, 60 m) e Mário Silva (Bruno Basto, 46 m); Carlitos, João Tomás e Agostinho (Boa Morte, 51 m)

Treinador: Rui Caçador 
 

ALEMANHA ¿ Butt; Frings, Hertzsch, Schmidt e Blank; Seitz (Ketelaer, 57 m), Sebescer, Maul (Rasiejevski, 60 m) e Neusendorf; Michalke e Brdaric (Reichenberger, 79 m)

Treinador: Horst Hrubesch  

Ao intervalo: 0-1

Marcadores: Neusendorf (43 m) e Ketelaer (89 m)

Disciplina: cartão amarelo a Neusendorf (25 e 68 m), Mário Silva (26 m), Sebescer (66 m), Bruno Basto (72 m), Jorge Andrade (76 m). Cartão vermelho a Neusendorf (68 m), por acumulação de amarelos

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