Portugal-Lituânia, 5-1 (destaques) - TVI

Portugal-Lituânia, 5-1 (destaques)

No reino do príncipe Rui Costa

Rui Costa - O príncipe de Florença encantou Viseu, num bailado de dribles, de simulações perfeitas e de passes geniais. A bola nos seus pés ganha outro dinamismo, numa mescla de sonho e fantasia quase infinitas. E o público pasma-se e vibra, erguendo-se do chão e abrindo a boca de espanto. Isto fora do relvado, porque dentro das quatro linhas a ideia é esta: os jogadores da Lituânia tiveram de prestar vassalagem ao número dez da selecção portuguesa. Marcou um golo de penalty (52 m) e ofereceu outro a Luís Figo. Tudo obra da sua classe. 

Luís Figo - A estrela maior de Portugal acrescenta subtileza em movimentos perfeitos na arte finta, deixando para trás adversários incrédulos a tamanha destreza. Quando está na posse do esférico, esteja onde estiver, os adeptos gritam o seu nome até à rouquidão, batendo palmas de entusiasmo. A doença, que está a contagiar Madrid, continua infalível e demolidora. No segundo golo português aplicou a sua frieza. Figo é assim: mudo e sereno, mas sobretudo muito eficaz. 

Nélson - Algo tímido nos minutos iniciais, foi ganhando confiança à medida que o tempo passava. Começou por arriscar pouco, mas depressa colocou de lado a táctica inicial. Atrevido, acabou por ensaiar algumas jogadas interessantes; primeiro com Rui Costa, depois com Luís Figo. Dois anos depois, regressou à selecção, sem acusar o peso da responsabilidade. Nota positiva, exibição conseguida. 

João Pinto - Foi uma espécie de «enfant terrible» no esquema montado por António Oliveira. Do flanco esquerdo do ataque, passava para a zona central, deixando para trás os defesas. Os centrais bem metiam o pé, mas o novo ídolo do Sporting mostrava-se indiferente a tudo e a todos. A prova da sua irreverência ficou bem patente no primeiro golo (32 m), ao cabecear por entre os gigantes da Lituânia. Sem medo de ninguém. 

Paulo Sousa - Regressou à sua terra natal e assinou uma exibição discreta, mas recheada de eficácia. Recuperou muitas bolas no meio-campo e injectou algum oxigénio em momentos de menor fulgor. Em Viseu, o médio do Panathinaikos teve ainda tempo para desenhar uma assistência perfeita para João Pinto. Se o avançado do Sporting chegou ao golo, foi muito por culpa de um cruzamento de morte de Paulo Sousa.

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