Euro 2020: Luxemburgo-Portugal, 0-2 (crónica) - TVI

Euro 2020: Luxemburgo-Portugal, 0-2 (crónica)

Sem espetáculo, mas com toda a convicção

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Portugal garantiu a qualificação para a fase final do Campeonato da Europa, pela sétima vez consecutiva, desde 1996, depois de ter cumprido com êxito a missão no Luxemburgo. Chega, assim, ao fim esta corrida que começou tremida, com dois empates, mas que acabou com tranquilidade e segurança. A seleção entrou em campo vacinada contra os buracos do Josy Barthel e, desta vez, optou pelo pragmatismo em detrimento do espetáculo para ser bem-sucedida. Objetivo alcançado.

Confira a FICHA DO JOGO e os VÍDEOS DOS GOLOS

Fernando Santos fez apenas três alterações cirúrgicas [Raphael Guerreiro por Mário Silva; Danilo por Rúben Neves; e André Silva por Gonçalo Paciência], mas a verdade é que o estilo de jogo foi bem distinto do que tínhamos visto na goleada à Lituânia no Algarve. Com Danilo mais fixo à frente da defesa, Pizzi, Bruno Fernandes e Bernardo Silva procuraram zonas mais interiores para o apoio direto a Cristiano Ronaldo e André Silva.

Portugal procurava, desta forma, evitar as zonas mais degradadas do relvado, junto às laterais, com um futebol mais direto. Numa primeira fase, com algumas dificuldades em segurar as segundas bolas, permitindo algumas transições rápidas ao Luxemburgo, com destaque para as iniciativas do lateral direito, Jans, que explorava o muito espaço que encontrou na sua ala, precisamente a zona do campo que se degradou mais rapidamente.

Portugal tinha uma elevada posse de bola, mas ainda apanhou alguns calafrios nas transições rápidas do Luxemburgo, com Gerson Rodrigues a juntar-se a Jans neste capítulo. A verdade é que os minutos iam passando e Portugal continuava a ter dificuldades em criar oportunidades de golo e, até perto do intervalo, contava apenas com um remate de Cristiano Ronaldo. Além disso, a Sérvia estava a vencer a Ucrânia em Belgrado e aumentava a pressão sobre as cores portuguesas.

Numa curta paragem do jogo, Fernando Santos chamou Bruno Fernandes e, logo a seguir, tudo mudou. Uma solução que pareceu simples, dada a qualidade dos executantes: passe teleguiado de Bernardo Silva, ainda antes do meio-campo, receção perfeita de Bruno Fernandes que, em corrida, ajeitou a bola e atirou a contar. O céu, que começava a ficar carregado, ganhava agora tons de azul e Portugal voltava a ver o Euro no horizonte.

Na segunda parte, Portugal mudou o chip, até porque a Ucrânia já tinha empatado em Belgrado. Portugal tinha chegado à vantagem com pragmatismo e, agora, tinha claramente ordens para não complicar. Passes curtos, bem medidos, sempre com as costas seguras. Portugal pretendia, desta forma, construir uma segurança defensiva e, nos intervalos, procurar um erro do Luxemburgo para matar o jogo e deixar tudo definido, com segurança.

É verdade que Portugal continuava a ter dificuldades em chegar à área do Luxemburgo, mas também era verdade que mantinha uma elevada posse de bola e reduziu de forma eficaz os calafrios que tinha consentido no primeiro tempo. Fernando Santos também procurava manter o equilíbrio estrutural através do banco, primeiro com a entrada de João Moutinho, depois com Diogo Jota.

O Luxemburgo também nunca arriscou muito e manteve, quase até final, dois médios defensivos à frente da linha defensiva, mas Bernardo Silva voltou a escancarar as portas que davam acesso à baliza de Moris. Passe da direita para a esquerda onde se destacava Diogo Jota. O jogador do Wolverhampton tentou um remate acrobático e Cristiano Ronaldo confirmou sobre a linha de golo.

Estava feito. Com pragmatismo, sem grandes sobressaltos. Com pouco espetáculo, mas com convicção. Portugal vai estar no próximo verão, com todo o mérito, a defender o título que conquistou há quatro anos.

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