O peso histórico de uma derrota marcante e outras memórias - TVI

O peso histórico de uma derrota marcante e outras memórias

Portugal-Holanda

A mais pesada de Fernando Santos, uma das mais pesadas de Portugal na reta final da preparação para uma grande competição. Se esta é uma derrota marcante, um olhar para o passado também não permite antecipar grandes tendências para aquele que poderá vir a ser o desempenho no Mundial.

A derrota mais pesada de Fernando Santos, uma das mais pesadas de Portugal na reta final da preparação para uma grande competição. Se há muitas variáveis na análise ao jogo com a Holanda (0-3), desde logo as escolhas em campo naquela que era a última oportunidade para observar opções antes da lista final para o Mundial 2018, fica sempre o mau resultado. E, como diz Fernando Santos, uma lição para o futuro. Se esta é uma derrota marcante, um olhar para o passado também não permite antecipar grandes tendências para aquele que poderá vir a ser o desempenho no Mundial.

Há apenas uma derrota por números comparáveis no histórico da preparação de Portugal para fases finais, também em casa, e perante um adversário com estatuto diferente a Holanda. Aconteceu em  março de 2002, derrota por 1-4 no Bessa frente à Finlândia. Um jogo que o então selecionador António Oliveira qualificou como «um pesadelo», antes de um Mundial que acabaria por não ser muito menos que isso para Portugal.

Mas Portugal perdeu jogos antes de várias competições que não tiveram o desfecho negativo de 2002. Perdeu, não é preciso ir mais longe, com a Bulgária em março de 2016, já com Fernando Santos, derrota por 1-0 em Leiria no primeiro dos dois jogos de março, a abrir o ano que terminaria com a conquista do Europeu.

Antes do Euro 2000, sofreu uma derrota por 2-0 frente à Itália, que voltaria a vencer a seleção em 2004 (2-1) e de novo em fevereiro de 2008 (3-1), sempre no ano de uma grande competição. Na preparação para o Euro 2008 houve aliás duas derrotas, a outra foi com a Grécia. Para o Euro 2012 houve também uma derrota pouca animadora, na Luz, frente à Turquia (1-3).

O Maisfutebol olhou para os jogos de preparação da Seleção no ano das grandes competições em que Portugal esteve presente e há de tudo.

Começando pelo início, a caminhada até ao Mundial 66, a primeira fase final de Portugal que terminou com o terceiro lugar em Inglaterra foi entusiasta. Os cinco jogos de preparação foram a partir de junho e os «Magriços» venceram-nos todos: Noruega (4-0), Escócia (1-0), Dinamarca (1-3), Uruguai (3-0) e Roménia (1-0).

Para o Euro 84, quando Portugal voltou a chegar à meia-final, a preparação começou com uma derrota frente à Jugoslávia (2-3), a que se seguiu uma vitória sobre o Luxemburgo, ambos em junho. Antes do descalabro no Mundial 86, Portugal fez três jogos, um em janeiro e dois em fevereiro. Empatou com a Finlândia (1-1), venceu o Luxemburgo (2-0)  e perdeu com a então RDA (1-3). Não fez mais nenhum jogo até ao México e à bronca de Saltillo, isso é história.

Portugal só voltaria a uma grande competição 10 anos depois e para o Euro 96 fez três jogos entre janeiro e março: derrotas com França e Alemanha (3-2 e 1-2) e vitória sobre a Grécia (1-0), antes de um triunfo sobre a Irlanda já em junho, em cima do Euro 96.

Para a campanha do Euro 2000, os três jogos antes da convocatória final tiveram três resultados diferentes: empate na Bélgica em fevereiro (1-1), vitória sobre a Dinamarca em março (2-1) e derrota a fechar com a Itália (2-0).

No Mundial 2002, entre os empates com a Espanha em fevereiro (1-1) e com o Brasil em abril (1-1), Portugal teve o tal sinal de alerta, a pesada derrota sofrida no Bessa frente à Finlândia, nada menos que 1-4. Já em Macau, a seleção de António Oliveira venceu a China por 2-0 no último jogo antes da desastrosa campanha de 2002.

2004 não serve de referência, porque como anfitrião do Europeu Portugal apenas fez jogos de preparação ao longo desses dois anos. Nos cincos jogos de 2004, antes do Europeu, apenas uma derrota, frente à Itália, a que se somaram empates com Inglaterra e Suécia e, a fechar, vitórias sobre Luxemburgo e Lituânia.

Para o Mundial 2006, onde chegaria à meia-final, Portugal fez apenas um jogo de preparação antes da convocatória final, vitória sobre a Arábia Saudita por 3-0. Seguiram-se, já após a concentração, vitórias sobre Cabo Verde e Luxemburgo.

Para o Euro 2008, a última grande competição com Luis Felipe Scolari onde Portugal chegou aos quartos de final, a preparação ficou marcada por derrotas com Itália (1-3) e Grécia (1-2). A fechar uma vitória sobre a Geórgia, já na concentração final.

Quanto ao Mundial 2010, Portugal fez apenas um jogo antes da concentração para a África do Sul, vitória sobre a China em março. Seguiram-se, já com a lista final de Carlos Queiroz, o empate sem golos com Cabo Verde, ainda na Covilhã, e já em solo africano duas vitórias sobre Camarões e Moçambique.

Apenas um jogo também antes da concentração para o Euro 2012, nulo com a Polónia. Já com os convocados de Paulo Bento reunidos, dois jogos ainda em Portugal e nenhuma vitória: nulo com a Macedónia e derrota com a Turquia na Luz (1-3), já em junho. Portugal seguiria até à meia-final perdida nos penáltis para a Espanha.

Para o Mundial 2014, Portugal venceu os Camarões por 5-1 em março e apenas fez mais um jogo antes do início da competição no Brasil, mas já com os 23 de Paulo Bento, um nulo com a Grécia.

Para o Euro 2016 Portugal também fez dois jogos em março, tal como agora, e Fernando Santos também perdeu um deles: o primeiro, frente à Bulgária. Seguiu-se uma vitória sobre a Bélgica, por 2-1, antes da caminhada até ao título europeu em Paris.

Por agora, para o Mundial 2018, Portugal venceu o Egito  (2-1) e sofreu esta derrota com a Holanda. Faltam três jogos de preparação, esses já com os 23 de Fernando Santos para a Rússia e depois das lições que a Holanda deixou. 

 

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