A viagem do FC Porto ao Bessa era um daqueles jogos em que, independentemente do resultado, Sérgio Conceição já tinha ganhado.
O treinador ia ficar sempre bem na fotografia: se vencesse, ótimo, se perdesse pontos, não seria culpa dele. Era culpa dos quatro sul-americanos que provocaram um castigo incontornável.
Antes de mais, convém dizer que é preciso ter coragem para castigar Marchesín, Uribe e Luis Díaz: três jogadores absolutamente fundamentais no onze titular do FC Porto.
Mas Sérgio Conceição teve essa coragem.
Entre ganhar um jogo e ganhar uma equipa, o treinador não teve dúvidas. Foi um risco grande que correu, sim, mas foi um risco em nome de um bem maior: o bem-estar do grupo.
O que Marchesín, Uribe, Luis Díaz e Saravia fizeram foi uma falta de respeito pelo clube e pelo treinador, claro, mas foi sobretudo uma falta de respeito pelos companheiros. Por todos aqueles que se deitaram cedo, que deram ao corpo as horas de descanso necessárias, que se preocuparam com o jogo do Bessa. Ir àquela festa foi uma falta de solidariedade gritante.
Por isso, e apesar de ser um risco no imediato, Sérgio Conceição resolveu (e bem) passar um corretivo claro: a amizade, o companheirismo e a camaradagem são mais importantes do que qualquer individualidade.
A coragem ficou-lhe bem.
Permitiu-lhe ganhar o jogo ainda antes de entrar em campo. Ganhando de facto no Bessa, então goleou. Uma goleada por 1-0.