Ex-espia da CIA Sabrina de Sousa já foi libertada - TVI

Ex-espia da CIA Sabrina de Sousa já foi libertada

Sabrina de Sousa

Advogado da luso-americana anunciou libertação, depois de na véspera o presidente italiano ter concedido um indulto parcial à antiga agente secreta, condenada pelo rapto do egípcio e radical islâmico Abu Omar e que tinha sido detida em Lisboa

A ex-espia da CIA Sabrina de Sousa, que estava detida em Lisboa, onde aguardava extradição para Itália, foi libertada nesta quarta-feira, disse o seu advogado à agência Reuters.

Sabrina foi libertada. Vamos agora aguardar a decisão do tribunal italiano quanto às alternativas à prisão, que, muito provavelmente, passarão por serviço comunitário a ser prestado em Portugal."

A luso-americana, que tinha sido condenada pelo rapto do egípcio e radical islâmico Abu Omar, foi detida no aeroporto Humberto Delgado a 5 de outubro de 2015, quando embarcava para Goa, para visitar um familiar. Vivia em Portugal desde abril desse ano.

Sabrina de Sousa foi julgada à revelia e condenada em Itália a sete anos de prisão (que mais tarde passariam a quatro) por cumplicidade no sequestro de Abu Omar em Milão, em fevereiro de 2003, mas na terça-feira recebeu um indulto parcial (de um ano) do presidente italiano, Sergio Mattarella, que lhe permitiu evitar a extradição.

A antiga agente secreta com dupla nacionalidade, portuguesa e americana, devia ser extraditada nesta quarta-feira para Itália, e já estava inclusive no aeroporto de Lisboa, quando foi conhecida a decisão das autoridades judiciais de Milão, de revogar a ordem de detenção, 

Ela estava esta manhã no aeroporto para ser entregue às autoridades italianas, mas isso não aconteceu. Ainda não foi libertada, mas vai ser libertada hoje. O procurador de Milão revogou a ordem de detenção. Os agentes italianos da Interpol que estavam no aeroporto de Lisboa para conduzir a extradição foram informados da decisão e a extradição já não vai realizar-se", anunciou, de manhã, o seu advogado, Manuel Magalhães e Silva.

A libertação confirmou-se nesta tarde.

Sabrina de Sousa, que sempre alegou ser inocente, foi uma das 26 pessoas condenadas à revelia pelo rapto de Abu Omar em 2003, em Milão. O radical egípcio acabou por regressar ao seu país, ao abrigo de um "programa extraordinário de rendição", conduzido pelos Estados Unidos. 

Inicialmente, a antiga agente foi condenada a sete anos de prisão, mas em 2006 conseguiu que a pena fosse reduzida para quatro anos. Com o indulto de um ano do presidente italiano, restam-lhe três anos de sentença, que o seu advogado acredita que possam ser cumpridos com serviços comunitários. Isto porque a redução da pena permite a Sabrina de Sousa solicitar medidas alternativas à prisão, sem necessidade de estar detida.

 

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