O coletivo Vizinhos de Arroios criticou hoje a ciclovia ‘pop up’ construída na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, através da supressão de uma via de trânsito, argumentando que não cumpre as normas de segurança.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do grupo Luís Castro considerou que aquela ciclovia não é segura e que, face às dúvidas legais, os Vizinhos de Arroios questionaram a Agência Nacional de Segurança Rodoviária e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes.
Segundo o dirigente, os ciclistas e os carros circulam a menos de 1,5 metros de distância e a utilização da ciclovia por parte dos veículos de emergência compromete a segurança dos ciclistas.
Outra das questões apontadas por Luís Castro prende-se com a fluidez do trânsito.
Numa situação normal na Almirantes Reis o tráfego é completamente diferente”, argumentou, acrescentando que os “estrangulamentos” deviam ser feitos “à entrada das cidades e não à saída”.
A ciclovia da Avenida Almirante Reis, contemplada no plano da Zona de Emissões Reduzidas da Câmara de Lisboa, estava prevista no sentido norte/sul, tendo agora passado para o sentido oposto no projeto de ciclovias ‘pop up’ da autarquia.
O coletivo, que faz parte da Associação Vizinhos em Lisboa, lamenta que não tenha havido mais discussão entre a câmara, moradores e comerciantes, que têm feito críticas e apresentam preocupações relativas à perda de lugares de estacionamento, assim como à realização de cargas e descargas.
As pessoas estão preocupadas. As ciclovias devem ser implantadas em sítios que são possíveis”, reforçou Luís Castro.
Para o coordenador do coletivo, “fazia sentido que [a ciclovia] fosse posta noutro sítio”, designadamente em ruas paralelas e no sentido norte/sul do trânsito automóvel, de forma a não comprometer a saída de carros do centro da cidade.
No grupo 'Vizinhos de Arroios' na rede social Facebook têm sido difundidos vários vídeos e textos a criticar a ciclovia.
Publicado por Vizinhos de Arroios - Página em Quinta-feira, 25 de junho de 2020
Surgiram, também, algumas publicações de elogio, mas as mesmas acabam por ser eliminadas.
Em entrevista ao podcast do PS "Política com Palavra", hoje divulgado, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, defendeu que a introdução desta nova ciclovia “ajuda muito à circulação de ambulâncias e de carros de bombeiros”.
O autarca admitiu, porém, que terão de ser feitas “adaptações micro”, nomeadamente no que diz respeito às zonas de carga e descarga ou às paragens de autocarro.