13 de Maio sem peregrinos. Fátima mantém cerimónia à porta fechada - TVI

13 de Maio sem peregrinos. Fátima mantém cerimónia à porta fechada

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  • 3 mai 2020, 18:53

Santuário de Fátima foi “apanhado de surpresa” pelas “declarações do Governo” sobre as celebrações religiosas de 12 e 13 de maio. Marta Temido disse que havia "possibilidade" de se realizarem

 O bispo de Leiria-Fátima, António Marto, disse hoje que o 13 de Maio no Santuário de Fátima será celebrado “sem a habitual participação dos peregrinos”, como já tinha sido decidido pela Igreja Católica.

Tendo surgido informações de que o Santuário de Fátima poderia fazer a peregrinação de 12-13 de maio com a presença de peregrinos no recinto de oração”, o bispo de Leiria-Fátima, cardeal António Marto, “esclarece que se mantém a decisão anteriormente anunciada de realizar estas celebrações com o recinto fechado, sem a habitual participação dos peregrinos”, afirma um comunicado.

“A decisão da Igreja Católica de seguir as indicações das autoridades civis, no sentido de suspender as celebrações religiosas comunitárias, decorre da responsabilidade de fazer o que está ao seu alcance para não colocar em perigo a saúde pública, cumprindo também deste modo o mandato evangélico do amor ao próximo”, sublinha o responsável, na mesma nota, lida por uma porta-voz do santuário.

Estamos conscientes de que um aglomerado imprevisível de pessoas na Cova da Iria, a 12 e 13 de maio, numa altura em que o risco epidémico é elevado, contraria as orientações das autoridades de saúde, que optaram por fazer um desconfinamento gradual e faseado", refere.

Respeitamos, por isso, numa atitude de colaboração com as diversas autoridades, as orientações de realizar estas celebrações com uma presença simbólica de participantes: intervenientes na celebração e funcionários do Santuário", explicita o bispo.

Como “estava previsto, em articulação com as autoridades civis, as celebrações dos dias 12 e 13 de maio, este ano, não podem contar com a presença física dos peregrinos e serão transmitidas pelos órgãos de comunicação social e digital”, acrescenta.

“Por mais que o nosso coração desejasse estar em Fátima, a celebrar comunitariamente no mesmo lugar, como acontece desde 1917, a prudência aconselha-nos a que desta vez não seja assim”, adverte o cardeal António Marto.

“Mantemos esta opção dolorosa na expectativa de, quanto antes, podermos ter neste Santuário as multidões que, na alegria da fé, se reúnem para celebrar e rezar”, conclui o bispo de Leiria-Fátima.

O Santuário de Fátima foi “apanhado de surpresa” pelas “declarações do Governo” sobre as celebrações religiosas de 12 e 13 de maio, disse esta manhã à agência Lusa fonte da instituição, adiantando que o santuário estava “a reunir todos os elementos para tomar uma posição”, que acabou por ser divulgada esta tarde.

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse, no sábado, que as celebrações do 13 de Maio, em Fátima, seriam “uma possibilidade”, desde que fossem uma opção dos organizadores e cumpridas as regras sanitárias.

“Se essa for a opção de quem organiza as celebrações, de organizar uma celebração do 13 de Maio onde possam estar várias pessoas, desde que sejam respeitadas as regras sanitárias, isso é uma possibilidade”, disse a governante, em entrevista à SIC.

Em 06 de abril, o Santuário de Fátima já tinha anunciado que a Peregrinação Internacional Aniversária de maio seria este ano celebrada sem a presença física de peregrinos, devido à covid-19, mas que se manteriam as principais celebrações.

Apesar de esta peregrinação não poder ser vivida nos moldes habituais, vão realizar-se "as principais celebrações na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que serão presididas pelo cardeal D. António Marto e transmitidas pelos meios de comunicação social e digital", explicou.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 243 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Em Portugal, morreram 1.043 pessoas das 25.282 confirmadas como infetadas, e há 1.689 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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