Fogo em Monchique obriga a evacuar duas localidades - TVI

Fogo em Monchique obriga a evacuar duas localidades

Cerca de 600 efetivos combatem chamas no mato, em Perna da Negra, no concelho algarvio. Nove operacionais, oito bombeiros e um sapador, tiveram de ser assistidos devido a exaustão e fumo

O incêndio que lavra em Monchique desde o início da tarde desta sexta-feira obrigou à retirada de habitantes das localidades das Taipas e de Foz do Carvalhoso.

No combate às chamas, nove operacionais, oito bombeiros e um sapador, tiveram de ser assistidos devido a exaustão e fumo.

O alerta para o incêndio foi dado às 13:32, na localidade de Perna da Negra, para um fogo com duas frentes ativas, que continuam ativas à 1h30 da madrugada de sexta para sábado.

Segundo a Proteção Civil, "trata-se de um incêndio de muita complexidade, numa zona com acessos difíceis e onde há vento forte, que está a dificultar o trabalho dos bombeiros”.

O incêndio obrigou ao reforço de meios no terreno para combater o fogo, que se mantém com as duas frentes ativas. Às 01:00 de hoje, o incêndio estava a ser combatido por um total de 621 operacionais apoiados por 178 veículos.  Até escurecer, um total de nove meios aéreos participou no combate, sendo um deles de reconhecimento e avaliação do terreno.

De acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, no momento (01:00) não há populações em risco.

A localidade de Foz do Carvalhoso foi a última a ser evacuada, por “precaução”, devido à aproximação de uma frente ativa, segundo o CDOS.

Os habitantes destas zonas vão pernoitar numa escola de Monchique, com condições criadas pela Câmara Municipal para as albergar em segurança.

Falha de cobertura móvel

O comandante distrital da Proteção Civil de Faro confirmou à TVI24 que foi feito um pedido de reforço a Lisboa de uma antena SIRESP devido a falhas de cobertura móvel que, todavia, garantiu não estarem a colocar em causa o combate às chamas ou a proteção das populações.

Temos algumas dificuldades pontuais pelo posicionamento dos meios, mas estamos a conseguir garantir as comunicações no teatro de operações. Naturalmente, será um reforço àquilo que são as condições no terreno, mas não estamos a ter muitas difuldades. As falhas que há é na deslocação de veículos para algumas zonas que não têm total cobertura, mas andando uns metros para o lado os veículos já têm cobertura via rádio", explicou Abel Gomes.

O responsável assegurou, também, que não foi devido a estas falhas que a população do sítio das Taipas foi retirada.

Equipas especiais no terreno

Foram acionados quatro grupos de reforço para o combate às chamas em Monchique, equipas essas que chegam de Lisboa e Beja. Trata-se dos GRUATA 1 e 2, ou seja, Grupo de Reforço de Ataque Ampliado, e de uma Equipa de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS) da Força Especial de Bombeiros. De Beja foi acionada a Brigada de Combate a Incêndios (BCIN). Foram, entretanto, acionados os Grupo de Reforço para Incêndios Florestais (GRIF) do Sul e de Lisboa.

Proteção Civil espera noite "muito complicada"

A Proteção Civil espera uma noite "muito complicada" na serra de Monchique, onde se mantêm duas frentes ativas, uma das quais se dirige agora para a localidade de Foz do Carvalhoso, disse hoje o comandante das operações de socorro.

Segundo Abel Gomes, as autoridades estão a postos para a necessidade de retirarem os habitantes desta localidade, mas, por enquanto, houve apenas "meia dúzia" de pessoas do sítio das Taipas deslocadas das suas habitações, logo no início do incêndio.

Vai ser uma tarefa difícil dominar este incêndio, espera-se uma noite muito complicada, de muito trabalho e muito exigente", admitiu, adiantando que se espera uma noite quente, com pouco vento, mas praticamente sem humidade.

Em conferência de imprensa, Abel Gomes disse que o incêndio causou ferimentos ligeiros em nove operacionais, oito dos quais bombeiros, cuja situação se deve ao esforço despendido no combate e às elevadas temperaturas.

Hoje, no teatro de operações, foram registados 47 graus de temperatura e humidades relativas na ordem dos 14%, o que complica e muito a tarefa de quem tem de combater este incêndio", sublinhou.

De acordo com Abel Gomes, o incêndio começou "de forma explosiva" e, apesar de a Proteção Civil ter respondido com um "despacho massivo de meios, muito musculado, infelizmente não foi possível debelar as chamas" no ataque inicial.

É uma situação complexa, mas é fruto daquilo que são as condições no terreno e as condições meteorológicas", declarou, acrescentando que a orografia da zona "é muito complicada, com declives acentuados e dificuldade nos acessos".

O mesmo responsável adiantou ainda que não há registos de habitações ardidas, havendo apenas algumas infraestruturas de apoio agrícola, vulgarmente chamadas de barracões, que foram afetadas.

Nas redes sociais, algumas pessoas a publicaram imagens do incêndio desta sexta-feira:

 

Uma zona rural do concelho de Monchique já tinha sido atingida por um incêndio, na quinta-feira à tarde, dominado cerca de duas horas depois após um combate travado por 183 homens e oito meios aéreos.

 

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