UNESCO atribuiu à Serra da Estrela estatuto de Geopark Mundial - TVI

UNESCO atribuiu à Serra da Estrela estatuto de Geopark Mundial

  • CE
  • 3 set 2019, 15:55

A candidatura da Serra da Estrela foi aprovada pela UNESCO na 4.ª Sessão do Conselho de Geoparks Mundiais, realizada na Indonésia

A candidatura da Serra da Estrela a Geopark Mundial foi aprovada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) na 4.ª Sessão do Conselho de Geoparks Mundiais, realizada na Indonésia, foi esta terça-feira anunciado.

A região da Serra da Estrela viu ontem [segunda-feira] aprovada pelo Conselho de Geoparks Mundiais da UNESCO a sua candidatura a Geopark Mundial e fica agora apenas a aguardar o parecer do Conselho Executivo da agência das Nações Unidas", refere a Associação Geopark Estrela em comunicado hoje enviado à agência Lusa.

Segundo Joaquim Brigas, presidente da Associação Geopark Estrela e do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), a aprovação da candidatura por parte da UNESCO "é o reconhecimento do potencial geológico do território e do seu património natural e cultural e, nessa medida, um primeiro passo para o desenvolvimento sustentável de toda a região da Estrela".

Um efeito natural deste primeiro passo será o aumento do potencial turístico, económico e social dos municípios que fazem parte do território. E, por conseguinte, o aumento da qualidade de vida das populações", vaticina Joaquim Brigas.

A candidatura da Estrela a Geopark Mundial foi aprovada pela UNESCO na 4.ª Sessão do Conselho de Geoparks Mundiais, que decorreu entre sábado e o dia de hoje em Gili, na Indonésia.

A Associação Geopark Estrela é composta por nove municípios dos distritos da Guarda, Castelo Branco e Coimbra (Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia) e também pelo IPG e pela Universidade da Beira Interior (UBI).

A presidência da associação é assegurada pelo presidente do IPG, Joaquim Brigas, e a vice-presidência por José Páscoa Marques, vice-reitor da UBI.

As duas instituições de ensino superior da região pretendem apostar na investigação científica para garantir o melhor conhecimento possível das características do território e as suas potencialidades geológicas e paisagísticas", afirma Joaquim Brigas no comunicado hoje enviado à agência Lusa.

Segundo a nota, a formação de quadros especializados na preservação ecológica, proteção ambiental e na gestão do turismo são algumas das prioridades do IPG e da UBI.

Pretendemos dar resposta às necessidades que precisam de ser colmatadas para conseguirmos manter a área da Serra Estrela protegida e fazermos um bom uso dos recursos disponíveis", adianta.

O papel dos municípios da região também é destacado pelo presidente da Associação Geopark Estrela, ao afirmar que "o envolvimento de todos os municípios neste projeto, mais do que um pilar importante para o processo de candidatura progredir, foi primordial para o sucesso obtido".

E deve ser também destacado o trabalho da equipa executiva, sediada no Instituto Politécnico da Guarda, sem o qual este resultado não teria sido possível", acrescenta.

Segundo Joaquim Brigas, a partir de agora, "só com um foco semelhante na divulgação do território, do seu património natural e dos seus produtos endógenos será possível continuar a contribuir para o desenvolvimento da Serra da Estrela".

A promoção, valorização e defesa do território, do seu património geológico e cultural, o desenvolvimento de atividades económicas locais e a organização de ações de sensibilização e de cooperação com outras entidades são fulcrais", conclui.

Portugal passa a ter cinco geoparques mundiais 

Portugal vai passar a ter cinco geoparques mundiais, na sequência da aprovação da candidatura do geoparque da Serra da Estrela, que se junta aos de Terras de Cavaleiros, Açores, Arouca e Naturtejo.

Em comunicado enviado à agência Lusa esta terça-feira, a Associação Geopark Estrela anuncia que “a região da Serra da Estrela viu ontem [segunda-feira] aprovada pelo Conselho de Geoparks Mundiais da UNESCO a sua candidatura a Geopark Mundial e fica agora apenas a aguardar o parecer do Conselho Executivo da agência das Nações Unidas”.

O Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional, com 4.624,4 quilómetros quadrados, inclui os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão.

Por ser uma região vasta, mas homogénea, este geoparque “oferece uma grande variedade de produtos turísticos, tendo como mais-valia comum a natureza e as excelentes infraestruturas”, pode ler-se no seu sítio da Internet.

Em Arouca, todo o município está classificado como Geoparque Mundial da UNESCO, que ocupa 327 quilómetros quadrados.

Todo este manto verde guarda, cioso, 41 sítios de interesse geológico (geossítios) e quase metade dele está classificado pela Rede Natura 2000”, refere o seu sítio da Internet, chamando a atenção para os percursos pedestres, os trilhos de BTT, os desportos de aventura do Paiva, as aldeias tradicionais, o artesanato, o folclore e as tradições que continuam a contar a história daquele território.

Também o arquipélago dos Açores apresenta “uma rica e vasta geodiversidade e um importante património geológico, composto por diversos locais de interesse científico, pedagógico e turístico”, segundo o seu sítio na Internet.

O Geoparque Açores (com 12.884 quilómetros quadrados) assenta numa rede de geossítios dispersos pelas nove ilhas e zona marinha envolvente”, explica, apontando “vulcões, caldeiras, lagoas, campos lávicos, fumarolas, águas termais, grutas e algares vulcânicos, fajãs, escarpas de falha e depósitos fossilíferos marinhos” como elementos caracterizadores do património geológico.

O Geoparque Terras de Cavaleiros, que coincide com os limites administrativos do concelho de Macedo de Cavaleiros, tem 700 quilómetros quadrados e integra “um importante património geológico ao qual se soma um grande património de biodiversidade, um notável património histórico-cultural, os produtos locais, a rica gastronomia e a arte de bem receber das suas gentes”.

De acordo com o seu sítio na Internet, o geoparque “assume um papel proativo no sentido de estimular o turista a viver experiências gratificantes, que o façam tornar-se num protagonista ativo e não um mero observador da paisagem”.

Depois de integrarem a Rede Global de Geoparques – Naturtejo em 2006, Arouca em 2009, Açores em 2013 e Terras de Cavaleiros em 2014 - todos foram designados, em 2015, Geoparques Mundiais da UNESCO.

Continue a ler esta notícia