Os técnicos de diagnóstico e terapêutica estão em greve há dois dias. Neste segundo dia de paralisação, o primeiro balanço do sindicato revela que, ao final da manhã, a adesão nacional estava a rondar os 88%.
Os motivos que estão na base da greve são a revisão da carreira, a interrupção de negociações, por parte do Ministério da Saúde, e a sobrecarga de trabalho, que resulta do facto de os funcionários que se foram aposentando não terem sido substituídos.
Num comunicado citado pela Lusa, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde, que convocou a paralisação, salienta a «compreensão que tem sido manifestada pelos utentes do Serviço Nacional de Saúde», face aos motivos da paralisação.
A greve está a afetar as análises clínicas e outros exames de diagnóstico e terapêutica e pode ainda ter impacto em cirurgias programadas.
O Sindicato refere hoje não ter tido ainda «qualquer contacto do Ministério da Saúde» que pudesse «desbloquear o conflito instalado». Os técnicos de diagnóstico e terapêutica vão escrever a todos os grupos parlamentares explicando as razões que levaram a este greve, não descartando ainda outras ações de luta, como manifestações ou concentrações.
Sobre os motivos da paralisação, o Sindicato frisa que a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, mas sem que nada mude na prática.
Relativamente ao diálogo negocial, os sindicalistas acusam o atual Ministério da Saúde, de bloquear as negociações em junho, porque o Governo só pretenderia resolver a questão se isso não implicasse gastar mais dinheiro.
Entretanto, o Sindicato recebeu denúncias de «violações da lei da greve» que vai enviar aos tribunais, como a utilização de trabalhadores em regime de estágio-emprego do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
O primeiro dia de paralisação cumpriu-se na sexta-feira. Nesse dia, os sindicalistas indicavam uma adesão nacional de 84%, que esta segunda-feira estará a ser maior.