Câmara de Almeida disponível para dialogar com a CGD - TVI

Câmara de Almeida disponível para dialogar com a CGD

  • AM
  • 4 mai 2017, 16:29

Mas há condições: a tesouraria tem de se manter na sede de concelho. Os habitantes desmobilizaram por hoje, mas regressam na segunda-feira a Vilar Formoso

O vice-presidente da Câmara de Almeida disse à agência Lusa que a autarquia está disponível para dialogar com a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) desde que a tesouraria se mantenha na sede de concelho.

O presidente da câmara [António Baptista Ribeiro] e o executivo estão disponíveis para dialogar, simplesmente com as condições mínimas exigíveis. Quais são? São todos os serviços assegurados na sede do concelho, em Almeida, incluindo o serviço de tesouraria", declarou o autarca.

Alberto Morgado falava hoje à tarde à Lusa, a partir de Vilar Formoso, onde, pelas suas contas, cerca de 500 habitantes e autarcas de Almeida estão concentrados, desde as 14:30, junto das instalações da dependência da CGD.

A CGD anunciou esta quinta-feira que continua disponível para instalar uma área automática na sede da Câmara de Almeida, com o apoio temporário de trabalhadores do banco, depois de na terça-feira ter recusado receber o presidente do município.

Não obstante, e apesar de sermos totalmente alheios a eventuais interesses políticos e/ou eleitorais, [...] manifestamos o nosso maior interesse em manter os serviços bancários na localidade de Almeida em concorrência com a Caixa Agrícola (CCMA), nos moldes acordados com as partes", afirma o administrador executivo da CGD, José João Guilherme, numa carta ao presidente da Câmara de Almeida, António Baptista Ribeiro (PSD), datada de quarta-feira e a que a agência Lusa teve hoje acesso.

O vice-presidente da autarquia disse que o município não aceita esta proposta da Caixa.

A Câmara Municipal exige que na sede do concelho de Almeida fiquem todos os serviços da CGD, incluindo os serviços de tesouraria. Ora, acontece que de uma forma pouco transparente, estão a dizer que os serviços bancários estão todos acessíveis e não é verdade. Se uma pessoa ou uma instituição ou repartição pública quiser fazer movimentos através de numerário, se não tiver nenhum cartão de débito associado, não consegue fazer", declarou Alberto Morgado.

O autarca vincou que o município não vai aceitar a proposta "sem serviços de tesouraria".

Explicou que nesta sexta-feira de Almeida não funcionou e com o fecho antecipado do de Vilar Formoso, que os habitantes encontraram encerrado pelas 14:30, foram criados problemas à população e às instituições locais.

Lamentavelmente, às 14:30, a agência da CGD de Vilar Formoso estava encerrada. Acontece que fomos privados de aceder aos serviços financeiros da CGD e todo o concelho de Almeida, no fundo, está privado neste momento de aceder aos serviços", disse.

Acrescentou que a própria autarquia "tinha uma transferência bancária para efetuar para Estrasburgo, com urgência, e a mesma transferência não foi efetuada".

Os habitantes e autarcas de Almeida voltam a reivindicar a manutenção do balcão na sede concelhia e hoje tencionavam entrar nas instalações pacificamente para pedirem informações sobre as suas contas bancárias.

A Junta de Freguesia de Almeida distribuiu um documento aos presentes onde considera que "o papel da administração da CGD em todo este processo tem sido de uma falta de transparência, de má-fé e de arrogância, a todos os níveis deploráveis".

A autarquia exige "tratamento igual a todas as outras sedes de concelho do país".

Habitantes de Almeida desmobilizaram por hoje

Os habitantes e autarcas de Almeida terminaram esta quinta-feira o protesto pacífico junto das instalações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Vilar Formoso, mas decidiram regressar na segunda-feira, disse à agência Lusa o vice-presidente da autarquia.

Segundo Alberto Morgado, vice-presidente da Câmara Municipal de Almeida, no distrito da Guarda, os participantes na concentração abandonaram o local pelas 16:15, mas foi convocada nova iniciativa, para o mesmo local, para as 14:30 de segunda-feira, dia 8.

Naquele dia, os habitantes irão procurar "ser atendidos, fazer transações, levantamentos e depósitos", na agência de Vilar Formoso, a única que está em funcionamento no concelho de Almeida, após o encerramento do balcão na sede de concelho, indicou.

Esta quinta-feira os manifestantes dirigiram-se a Vilar Formoso, a cerca de 15 quilómetros de distância da sede de concelho, para acederem ao interior da CGD local, onde tencionavam pedir informações sobre as suas contas, não tendo concretizado a intenção por a mesma ter encerrado as suas portas mais cedo.

Alberto Morgado observou que a vila histórica de Almeida, situada junto da fronteira com Espanha, "é a única sede de concelho do país que está privada deste serviço".

No momento em que os habitantes abandonaram o recinto das instalações do balcão da CGD de Vilar Formoso gritaram as palavras de ordem "Alma até Almeida" e "A luta continua".

Continue a ler esta notícia