Um técnico do Laboratório de Polícia Técnica e Científica da Polícia Judiciária Militar foi esta quinta-feira constituído arguido e presente ao juiz de instrução, para aplicação de medidas de coação, sob suspeita de conluio com colegas da PJ-M no encobrimento da encenação do caso de Tancos, aquando do aparecimento das armas furtadas daquela base militar, sabe a TVI.
Altos quadros da PJ-M, recorde-se, entre os quais o diretor-geral, são suspeitos, a aguardar acusação, de terem combinado com os autores do crime, que ocorreu há dois anos, a devolução de todo o arsenal de guerra, sem que aqueles fossem detidos – boicotando assim a investigação da PJ civil. Entre os autores do furto e elementos da PJM, entretanto apanhados pela Unidade de Contraterrorismo da PJ, o processo já conta com um total de 22 arguidos.
O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 e, quatro meses depois, a PJM revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.
O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial com vários detidos, nomeadamente o agora ex-diretor da PJM.