Centenas de pessoas juntaram-se, esta quarta-feira à tarde, em frente à mesquita da Amadora, colocando em risco a saúde pública em tempo de pandemia de Covid-19. Procuram por bens alimentares, bens de primeira necessidade, que são diariamente distribuídos pela mesquita.
As últimas pessoas que se encontravam na fila ficaram com medo de não receber nada e começaram a atropelar-se uns aos outros, o que gerou alguns momentos de tensão. Tudo isto obrigou ao reforço das autoridades policiais no local, de modo a que as pessoas permacessem na fila e cumprissem com o distanciamento social. Não houve necessidade de uma intervenção policial forte, apenas imposição de regras.
Para além da Polícia de Segurança Pública (PSP), também foram mobilizados para o local elementos da Polícia Municipal.
Em declarações aos jornalistas, a subcomissária Laura Bicheiro, da PSP da Amadora, explicou que o principal objetivo dos agentes era garantir o cumprimento do distanciamento social. Relativamente aos desacatos, considerou normal dado o desespero das pessoas.
Naturalmente que as pessoas estando a passar dificuldades, queiram ser as primeiras a receber aqueles que são os alimentos e todas as possibilidades de ajuda".
Esta mesquita, na Avenida Gago Coutinho, na Amadora, está a distribuir alimentos a propósito do Ramadão.
O Sheik David Munir, em direto via Skype na tarde informativa da TVI24, expressou alguma preocupação que, na sua perspetiva, era evitável.
Esta confusão é de lamentar (...) Poderia ter-se evitado esta confusão e ainda bem que a polícia está presente para que não possa haver agressividade. Porque mesmo com o distanciamento social, há pessoas que se tornam agressivas, então a polícia veio para manter a ordem".
Esta distribuição costuma ser feita pela Mesquita Central de Lisboa, mas este ano entenderam que não havia condições para esta ser realizada, por causa da pandemia de Covid-19. Nesse sentido, as mesquitas locais decidiram organizar equipas para ajudar os fiéis.