Doenças do aparelho circulatório e cancros são os que mais afetam os portugueses - TVI

Doenças do aparelho circulatório e cancros são os que mais afetam os portugueses

  • ALM com Lusa
  • 7 abr 2019, 09:15
Células cancerígenas (Reprodução Twitter)

No Dia Mundial de Saúde recordam-se os números do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Estatística

As doenças cerebrocardiovasculares, como os AVC, e as doenças oncológicas são as que mais afetam os portugueses e as principais causas de morte em Portugal.

No Dia Mundial de Saúde, que hoje se assinala, a agência Lusa recupera os dados mais recentes sobre as doenças que mais afetam os portugueses e que mais contribuem para a mortalidade, com base em números do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Estatística.

As doenças do aparelho circulatório representam quase 30% do total da mortalidade em Portugal, enquanto os tumores malignos representam 25%.

Contudo, as doenças cerebrocardiovasculares apresentam uma tendência de descida na mortalidade, enquanto as doenças oncológicas têm tido “um aumento muito significativo entre a população portuguesa”, como referido no documento “Retrato da Saúde 2018” disponível no Portal do SNS.

Os tumores malignos contribuíram para mais de 27.500 mortes em 2017, surgindo como segunda causa, com um aumento de 0,5% em relação ao ano anterior.

Segundo o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre as principais causas de morte, divulgado no início deste ano com dados de 2017, as doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por cerca de 32.300 mortes, uma redução de 1,3%.

Um dos fatores de risco para a doença cardiovascular é a hipertensão, que afeta mais de um terço da população entre os 25 e os 74 anos, segundo dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico promovido pelo Instituto Nacional de Saúde (INSA).

Também a obesidade surge como um dos fatores de risco com mais peso nas doenças em Portugal. O mesmo inquérito do INSA mostrou que 28,7% dos portugueses adultos têm obesidade e que, entre as crianças, mais de 30% apresentaram excesso de peso, apesar de este número ter diminuído nos últimos oito anos.

Em termos de indicadores globais de saúde, a esperança média de vida continua a aumentar em Portugal, situando-se nos 80,8 anos no período entre 2015 e 2018: 77,7 anos para os homens e 83,4 para as mulheres.

Isto significou um ganho de 1,6 meses para os homens e de um mês para as mulheres, quando comparado com o período de 2014 a 216, segundo o relatório anual do acesso ao SNS de 2017, o último que foi publicado.

Os dados do INE indicam que, numa década, houve um aumento de 2,3 anos de vida para o total da população.

Também no que respeita à esperança média de vida aos 65 anos, 2017 registou até agora o “valor mais elevado de sempre”, com 19,45 anos de vida a partir dos 65 para o total da população.

O aumento da esperança de vida foi um dos indicadores destacados nas comemorações em Portugal do Dia Mundial da Saúde, que decorreram na sexta-feira em Lisboa.

Num vídeo documental transmitido na sessão promovida pelo Ministério da Saúde, o papel da vacinação surgiu destacado como contribuindo para o aumento da esperança de vida e redução da mortalidade.

Em Portugal, são vacinadas 97% das crianças entre o primeiro e o segundo ano de vida e só em 2018 foram vacinadas pela primeira vez mais de 83 mil crianças.

O Dia Mundial da Saúde deste ano, que hoje se assinala, tem como tema a cobertura universal de saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), isso significa que todos os cidadãos em qualquer parte do mundo devem ter acesso a serviços de saúde de qualidade sem sofrerem constrangimentos financeiros.

Contudo, pelo menos metade da população mundial não tem acesso a uma cobertura total de serviços de saúde essenciais.

Dados da OMS mostram também que há 100 milhões de pessoas arrastadas para a pobreza extrema por terem de pagar por cuidados de saúde.

Os indicadores oficiais estimam ainda que cerca de 800 milhões de pessoas, correspondendo a 12% da população mundial, gastem pelo menos 10% do seu orçamento familiar para ter acesso a cuidados de saúde.

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