Vale e Azevedo sai da prisão e fica em liberdade condicional - TVI

Vale e Azevedo sai da prisão e fica em liberdade condicional

Ex-presidente do Benfica deixou a prisão da Carregueira, em Sintra, após cumprir cinco sextos da pena

Vale e Azevedo já foi libertado. O ex-presidente do Benfica deixou a prisão da Carregueira, em Sintra, esta terça-feira, pouco depois das 8:30, após cumprir cinco sextos da pena.

Juridicamente, ele está sobre a alçada das autoridades inglesas e só com autorização das autoridades inglesas é que poderá ser feito qualquer julgamento ou ser aplicada qualquer medida de coação que implique uma nova detenção", afirmou a sua defensora, a advogada Luísa Cruz.

A causídica, que falava após o antigo presidente do Benfica ter deixado o Estabelecimento Prisional da Carregueira, acompanhado da sua mulher, mostrou-se confiante de que o seu constituinte não volte a cumprir pena de prisão.

João Vale e Azevedo foi libertado após "cumprir cinco sextos" da pena de prisão de 11 anos e meio, aplicada em cúmulo jurídico, com base nas condenações nos processos Ovchinnikov/Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, por crimes de burla e apropriação indevida de dinheiro, entre outros ilícitos económicos e financeiros.

A advogada admitiu que Vale e Azevedo tem agora de "organizar" a sua vida, após três anos e sete meses de prisão, e que "irá certamente cumprir as limitações que a liberdade condicional impõe".

"As empresas com quem ele trabalhava em termos de consultadoria mantêm o interesse nos seus serviços", assegurou Luísa Cruz, em respostas aos jornalistas à porta da prisão da Carregueira, acrescentando não perceber como é que a atividade de consultadoria financeira, ou jurídica, "pode ser propícia a uma atividade criminosa".

Para a advogada, eventuais dúvidas sobre a atividade de consultadoria de Vale e Azevedo "é a mesma coisa que o dr. Ricardo Salgado seja proibido de exercer atividades bancárias, [mas] não proíbe certamente de dar pareceres a uma empresa acerca de qualquer situação financeira".

O antigo presidente do Benfica, entre 1997 e 2000, cumpriu pena no âmbito do processo de extradição de Inglaterra para Portugal, após os tribunais britânicos aceitarem o mandado de detenção europeu das autoridades judiciárias portuguesas.

A extradição do advogado de formação ocorreu em novembro de 2012, após quatro anos e meio em regime de permanência de residência, em Londres, com passaporte retido e proibição de sair do país.

Apesar de Vale e Azevedo ter pendente uma outra condenação de 10 anos de prisão, já transitada em julgado, a sua advogada, Luísa Cruz, explicou que as autoridades portuguesas terão de pedir aos tribunais ingleses a “ampliação” da extradição para cumprimento da nova pena.

A condenação de 10 anos de prisão foi-lhe aplicada em 2013, por crimes no âmbito das transferências dos futebolistas ingleses Scott Minto e Gary Charles, o marroquino Tahar e o brasileiro Amaral.

O antigo dirigente desportivo, que estava acusado de se ter apropriado de quatro milhões de euros do clube encarnado, foi condenado por peculato, branqueamento de capitais, abuso de confiança e falsificação de documento.

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