Professora assassinada no Montijo: os pormenores do crime - TVI

Professora assassinada no Montijo: os pormenores do crime

  • CM
  • 7 set 2018, 16:58

Filha adotiva e genro ficaram em prisão preventiva. São suspeitos de homicídio qualificado e profanação de cadáver. Drogaram, agrediram e pegaram fogo à mulher, de 59 anos

A professora encontrada morta em Pegões, no Montijo, terá sido drogada pela filha adotiva e pelo genro durante o jantar de sábado, antes de ser agredida com um martelo, revelou à Lusa fonte da Polícia Judiciária de Setúbal.

Os dois suspeitos, que foram detidos nesta madrugada, cerca das 02:00, e ficaram em prisão preventiva, terão juntado um fármaco à bebida da professora durante o jantar, para a colocarem a dormir, agredindo-a posteriormente com um martelo na cabeça, o que, segundo a convicção da PJ, poderá ter sido a causa da morte, apesar de não haver ainda confirmação científica.

O crime terá sido o culminar de desentendimentos frequentes entre Amélia Fialho, de 59 anos, professora de Físico-Química na Escola Secundária Jorge Peixinho (no Montijo), e a filha adotiva e o genro. Em 2014, a PSP do Montijo foi chamada a casa da família, alegadamente porque a professora terá sido agredida pela filha.

Já na madrugada do último domingo, os dois suspeitos, que também se terão convencido de que a mulher já estaria morta devido às agressões com o martelo, embrulharam o corpo num cobertor e transportaram-no pelo elevador do prédio para a garagem, onde o colocaram na bagageira do carro.

De acordo com a PJ, os dois suspeitos levaram depois o corpo para uma zona descampada em Pegões, onde regaram o cobertor e o corpo com gasolina, provocando um pequeno foco de incêndio que foi combatido pelos bombeiros sem que tivesse sido detetada a presença de qualquer corpo.

Durante o trajeto até Pegões, os detidos terão comprado a gasolina e o isqueiro utilizado para pegar fogo ao corpo da professora.

O cadáver da professora, totalmente carbonizado e irreconhecível, só foi encontrado ao final do dia de quarta-feira, quando a GNR de Canha voltou ao local do incêndio.

A Polícia Judiciária de Setúbal, que já estava a investigar o desaparecimento da professora, verificou que o cadáver, apesar de irreconhecível, era compatível com o corpo da professora desaparecida, de baixa estatura, pelo que abandonou a tese de desaparecimento e começou de imediato a investigar o caso como provável homicídio.

Depois de consumarem o crime e de terem queimado o corpo da vítima, os dois suspeitos ainda tentaram afastar as suspeitas que sobre eles pudessem recair, comunicando o desaparecimento da vítima à PSP e nas redes sociais.

Por outro lado, a filha e o genro tentaram, sem êxito, ocultar eventuais provas que os pudessem incriminar, lavando a casa e a viatura envolvida no transporte do corpo da professora. Desfizeram-se também do martelo que tinham utilizado para agredir a vítima.

Os dois suspeitos foram ouvidos no tribunal do Montijo, tendo ficado sujeitos à medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva.

 

 

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