Cinco animais de espécies protegidas feridos a tiro em Castelo Branco - TVI

Cinco animais de espécies protegidas feridos a tiro em Castelo Branco

Ninguém lhe escapa

Número de animais recebidos pelo Centro de Estudos e Recuperação de Animais. De acordo com a Quercus, a esmagadora maioria destes casos «são intencionais

A associação ambientalista Quercus recebeu no Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco (CERAS), desde setembro, cinco animais de espécies protegidas feridos a tiro, anunciou esta quarta-feira a organização.

 

«Este ano, desde que abriu a época de caça, concretamente desde setembro, temos cinco animais [de espécies protegidas] feridos a tiro, entre os quais uma águia-cobreira e uma águia-calçada», disse à agência Lusa Samuel Infante, da Quercus.

 

Segundo o ambientalista, a esmagadora maioria destes casos «são intencionais». «Poderá haver, residualmente, algum acidente, nomeadamente com animais de espécies protegidas mais pequenos e de voo rápido, mas na maioria dos casos estamos a falar de espécies como abutres ou águias que não se confundem com nenhuma espécie cinegética», adiantou.

 

O responsável pelo núcleo da Quercus de Castelo Branco explicou que nos últimos anos tem havido um decréscimo no número de espécies protegidas feridas a tiro. Em 2013, o CERAS recebeu seis animais de espécies protegidas feridos ao longo de todo o ano.

 

Contudo, este ano, esse número já foi praticamente atingido, apesar de terem passado pouco mais de dois meses desde que abriu a época da caça.

 

Samuel Infante mostra-se preocupado com esta situação e fala mesmo em «falta de informação e de formação» de alguns «pseudo-caçadores que cometem este tipo de crimes».

 

A Quercus de Castelo Branco, no âmbito da iniciativa 15-15-15 (15 anos, 15 ameaças e 15 medidas de proteção da biodiversidade), tem trabalhado com os caçadores, população em geral, grupos escolares e autoridades, no sentido de tentar acabar com esta prática ilegal.


Os grupos de fauna mais afetados que deram entrada no CERAS foram as aves de rapina e alguns mamíferos.

 

Ao longo dos 15 anos de existência do CERAS, Samuel Infante refere ter-se «assistido a uma redução gradual da percentagem de animais que dão entrada no centro por esta ameaça, que, em 1998, era de 12% e, em 2013, foi de 7%».

 

Segundo o ambientalista, esta redução pode estar relacionada com um maior respeito e formação dos caçadores, e por uma diminuição no número de caçadores que baixou de 350 para 125 mil nos últimos 20 anos.

 

Continue a ler esta notícia