Para além dos politécnicos passarem a disponibilizar doutoramentos, o Governo quer também mestrados de um ano, "orientados profissionalmente", bem como alargar o recrutamento para formações superiores curtas. Estes são alguns dos objetivos da modernização do Regime Jurídico e Graus e Diplomas do Ensino Superior, aprovados esta quinta-feira em Conselho de Ministros.
A informação consta da “comunicação política sobre o Conselho de Ministros” divulgada aos jornalistas pelas 12:00, na sequência da reunião que começou cerca das 10:00 em Matosinhos.
Como se explica a decisão de alargar a capacidade de recrutamento de estudantes com experiência profissional para a frequência de formações superiores curtas (Cursos Técnicos Superiores Profissionais)?.
Em virtude de uma alteração no sistema de creditação, [isto permite] que estes alunos possam obter o diploma em prazo de um ano, mantendo a relação com a atividade profissional que atualmente desenvolvam”.
Outra pretensão é “modernizar a pós-graduação e promover a mobilidade dos estudantes entre o primeiro e o segundo ciclos de estudos, reduzindo ao mínimo indispensável os mestrados integrados”. A alternativa é promover “um novo tipo de mestrados orientados profissionalmente com duração típica de um ano”.
O documento esclarece que o Governo se encontra hoje a “discutir uma série de iniciativas legislativas e programáticas” “na sequência da apresentação do relatório de avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Económico (OCDE) sobre os sistemas de Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, apresentado a 9 de fevereiro.
Objetivos e medidas
Um dos objetivos das alterações que aí vêm é “reforçar a componente de investigação nos doutoramentos em detrimento da componente curricular e permitindo a sua realização em qualquer ambiente de produção de conhecimento fora do ensino superior, o que permite a melhor integração de doutorados em instituições e empresas”.
Outra das medidas é reforçar as exigências de integração em carreira do corpo docente "para efeitos de acreditação de ciclos de estudos, de modo a promover o desenvolvimento de carreiras académicas e científicas em instituições públicas e privadas e o recrutamento de doutorados”.
As principais ações da Modernização do Regime Jurídico de Graus e Diplomas do Ensino Superior (ES) contemplam ainda o “reforço das exigências sobre a capacidade das instituições de ES desenvolverem atividades de investigação e desenvolvimento como condição necessária para atribuição de graus académicos, em especial exigindo que os doutoramentos sejam atribuídos apenas por instituições associadas a unidades de Investigação e Desenvolvimento [I&D] com nota mínima de muito bom”.
[Pretende] fazer depender a acreditação de ciclos de estudos conducentes ao grau de doutor da avaliação da capacidade institucional de I&D e não do subsistema em que a instituição se integra”.
Outra iniciativa ainda é “fixar legalmente as condições de funcionamento de ciclos de estudos portugueses no estrangeiro”.