Avaria deixa aviões em terra no aeroporto de Lisboa - TVI

Avaria deixa aviões em terra no aeroporto de Lisboa

  • CP, PP, com Lusa (atualizado às 00:43)
  • 10 mai 2017, 15:14

TAP cancelou dezenas de voos e milhares de passageiros foram afetados. ANA apela à "compreensão dos passageiros". Situação só ficou resolvida por volta da meia-noite

A ANA - Aeroportos de Portugal informou, às 00:30, estarem resolvidos os problemas no abastecimento de aeronaves no aeroporto de Lisboa e que serão efetuados voos durante esta noite para “normalizar a situação”.

Fonte oficial da empresa precisou à agência Lusa que a ANAC autorizou a realização de voos durante a noite para que possa ser normalizada a operação no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que levou ao cancelamento de 64 voos e, 11 desviados e 322 afetados por atraso. Milhares de passageiros ficaram retidos no aeroporto.

Entretanto, foram disponibilizadas camas da Proteção Civil para passageiros que se mantêm esta noite nas instalações do aeroporto, nomeadamente por não terem sido acomodados pelas suas companhias ou por quererem permanecer no local ou porque irão viajar brevemente, acrescentou Rui Oliveira, porta-voz da ANA.

Esta é uma medida de apoio aos passageiros”, resumiu a mesma fonte, notando que a maior parte dos passageiros foram protegidos pelas companhias.

"A situação no aeroporto está calma”, concluiu a fonte da ANA.

Em conferência de imprensa, o diretor do aeroporto, João Nunes, tinha explicado que os problemas com o abastecimento começaram quarta-feira pelas 12:00.

Realçando tratar-se de "uma situação que aconteceu pela primeira vez", o responsável explicou que o abastecimento começou a ser feito com recurso a autotanques, o que permitiu a partida de alguns voos, mas sem garantir o normal funcionamento da operação.

"Se não fosse o abastecimento por autotanque estaríamos em muitos maus lençóis neste momento", declarou.

A TAP está a tentar desviar voos para outros aeroportos, como o do Porto e o de Madrid, para que abasteçam lá e possam chegar a Lisboa com combustível suficiente para nova viagem.

A ANA – Aeroportos de Portugal está a pedir “compreensão aos passageiros” afetados pelos atrasos em vários voos devido à avaria “inédita” que há mais de duas horas está a impossibilitar o abastecimento de aeronaves no Aeroporto de Lisboa.

Segundo disse à agência Lusa fonte oficial da gestora aeroportuária, o sistema de abastecimento de combustível ao Aeroporto de Lisboa “é da responsabilidade do GOC [Grupo Operacional de Combustíveis, liderado pela Petrogal e que reúne as principais petrolíferas]”, que “diz que está a tentar resolver” o problema.

Milhares de pessoas retidas

Devido à avaria, milhares de pessoas ficaram retidas na zona de embarque do Terminal 1 do Aeroporto de Lisboa, à espera de informações sobre o atraso ou eventual cancelamento de voos, com os passageiros a descreverem um “cenário caótico”.

Sofia Branco, que devia ter partido às 14:30 em direção a Frankfurt, num voo da Lufthansa operado pela TAP, esteve desde essa hora até às 19:20 na zona de embarque, quando obteve a confirmação de que o seu voo tinha sido cancelado devido a uma avaria no sistema de abastecimento de combustível das aeronaves no Aeroporto Humberto Delgado.

A zona de embarque está um caos”, descreveu, em declarações à Lusa.

A passageira era uma entre os milhares, de acordo com a contabilidade que fez no local, que aguardavam na zona de embarque a resolução do problema que levou ao cancelamento de dezenas de voos até ao final da tarde.

O cenário de caos descrito por Sofia Branco não era visível na zona de check-in do aeroporto, onde o processo decorria com normalidade durante a tarde, com os monitores com informações sobre os voos a não indicarem atrasos nem cancelamentos.

Em muitos casos, no entanto, a indicação visível e que permaneceu sem alterações durante horas era a de “Porta Fechada”, ou seja, o momento que antecede a partida dos aviões e que indica que está encerrado o embarque.

Sofia Branco disse à Lusa que o cancelamento do voo a fez perder a ligação para Malta, o destino final, questionando que compensações lhe serão agora devidas.

“As indemnizações previstas são apenas para problemas com origem nas companhias aéreas, não nos aeroportos”, disse, referindo que ia viajar com a família e que tinha um apartamento alugado.

Pelas 21:00, a passageira aguardava numa fila para tentar cancelar a viagem, mas tinha já a informação, através da aplicação da TAP para telemóvel, que o seu voo de hoje tinha sido reagendado para sexta-feira, 48 horas depois, e que, em conversa com outros passageiros, tinha a indicação de que o mesmo se tinha passado com outras pessoas.

Para além de queixas de falta de informação, a passageira criticou ainda o facto de não ter sido possível usar o telefone disponível na zona de embarque para uso exclusivo de apoio ao cliente.

Stuart Small, que deveria ter embarcado às 14:30 para Barcelona num voo da TAP, chegou a embarcar com a mulher o filho bebé, mas depois de uma hora dentro do avião, à espera da partida, o comandante pediu aos passageiros que saíssem.

Sem informações concretas por parte da tripulação e dos assistentes no local, Stuart Small recolheu a bagagem e dirigiu-se ao balcão da TAP para solicitar soluções de alojamento, até porque viajava com um bebé doente.

Atrás de Stuart na fila, Maria devia ter embarcado às 14:30 num voo para Bruxelas.

À Lusa, a passageira queixou-se de falta de informação e disse que, depois de ver o seu voo cancelado, apenas conseguiu que lhe entregassem, na porta de embarque, um bilhete para um voo na quinta-feira pelas 07:30, o que a fez perder uma consulta médica importante no destino. Da TAP esperava obter uma solução de alojamento.

 

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