Conforme prometido, o gabinete operacional de reconstrução e restauração de Pedrógão Grande está a funcionar desde esta segunda-feira. Para além do espaço físico na Casa Municipal da Cultura, as pessoas podem ligar para um número verde.
É um gabinete operacional de reconstrução e restauração. Temos um número verde, 800 209 923, ao qual as pessoas podem recorrer. Tem [gabinete] as várias valências que têm a ver com a calamidade que sofremos, para que as pessoas possam telefonar para resolver qualquer coisa, como saúde, ação social, reconstrução de casas, comida para animais, entre outras"
O autarca Valdemar Alves disse ainda que este gabinete foi criado para não sobrecarregar o trabalho diário no município, além de que este não tinha funcionários suficientes para acudir a todas as solicitações.
"Tive que recrutar pessoas que estavam no desemprego para os telefones. Estão apenas concentrados nesta ação e a encaminhar as pessoas. O número [verde] já está a funcionar", cita a Lusa.
O número está disponível para todos os que queiram resolver qualquer situação, sendo que o apoio psicológico vai continuar a ser garantido pelas equipas que estão no terreno.
Boatos
Questionado sobre o número real de vítimas da tragédia, o autarca sublinhou que esse número é conhecido e é o real. "Tudo o resto são boatos e não podemos ligar aos boatos. Os boateiros que tenham paciência, que recolham às suas tocas. Falou-se em muita coisa, diz-se tudo e mais alguma coisa".
Valdemar Alves está convencido de que a população vai dar a volta a toda esta tragédia: "As coisas estão a andar e agora o que precisamos é que as pessoas venham cá".
O fundo criado pelo Governo
A propósito, o fundo de apoio às populações e áreas afetadas pelos incêndios de Pedrógão, da competência do Governo, foi oficialmente lançado no sábado. O conselho de gestão será nomeado até quinta-feira.
O Governo indicou que vai criar um Portal do Fundo, para garantir a transparência do processo. Porém, questionado pela TVI24, dias antes da oficialização do fundo, o Ministério da Solidariedade não respondeu quando é que o dinheiro vai chegar às pessoas, nem qual a melhor entidade para o receber e canalizar.
Uma novidade, esta vinda das câmaras municipais de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, é que a água utilizada pelos municípes, durante o combate ao incêndio de 17 de junho, não vai ser cobrada. Mais: vem aí uma redução de tarifas para as populações.
Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
Os fogos, que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, só foram extintos uma semana depois. Terão afetado aproximadamente 500 imóveis, 205 dos quais casas de primeira habitação.