A22 reaberta após ter estado encerrada devido ao incêndio de Castro Marim - TVI

A22 reaberta após ter estado encerrada devido ao incêndio de Castro Marim

  • João Guerreiro Rodrigues
  • com Lusa
  • 17 ago 2021, 11:30

Apesar dos danos materiais, com casas e culturas atingidas, numa contabilização ainda por fazer, apenas um bombeiro ficou ferido, sem gravidade

As autoridades fizeram, esta terça-feira, um ponto de situação do incêndio que deflagrou em Castro Marim, confirmando que a A22 foi reaberta trânsito nos dois sentidos. O incêndio florestal que deflagrou na segunda-feira em Castro Marim afetou já uma área de cerca de 9.000 hectares, depois de registar uma “taxa de expansão de 650 hectares por hora”, disse esta terça-feira o comandante das operações de socorro.

O comandante distrital da Proteção Civil, Richard Marques confirmou ainda que 81 pessoas tiveram de ser retiradas das suas habitações, em 12 localidades diferentes.

O responsável revelou que foi necessário retirar “80 cães e 110 gatos” do Canil Intermunicipal de Castro Marim – Vila Real de Santo António, que foram colocados em Tavira e Loulé, com o apoio de quase uma centena voluntários.

O comandante referiu que, apesar das difíceis condições meteorológicas, foi possível durante a noite “executar o plano estratégico de ação” e que na manhã desta terça-feira está a ser consolidado o grande objetivo de “sustentar a capacidade de travar” a progressão das chamas.

Apesar dos danos materiais, com casas e culturas atingidas, numa contabilização ainda por fazer, apenas um bombeiro ficou ferido, sem gravidade.

As autoridades falam numa operação de combate às chamas que "correu melhor do que o expectável", mesmo com condições meteorológicas "muito adversas". Richard Marques admite que as chamas podem vir a atingir uma área total de 20 mil hectares.

Durante o briefing, a Proteção Civil destacou também a "rotação do vento", que chegou a fazer com que este incêndio tivesse a consumir 650 hectares por hora.

O incêndio deflagrou à 01h05 de segunda-feira e chegou a ser dado como dominado pelas 10h20, mas o "quadro meteorológico severo", com altas temperaturas e vento, estiveram na origem de uma "reativação muito forte, em pleno período crítico do dia, junto à cabeça/flanco direito do incêndio original, e este ficou rapidamente fora da capacidade de extinção", explicou o comandante operacional regional de Faro, Richard Marques.

O fogo obrigou na segunda-feira a cortar a A22 entre os nós de Castro Marim e Altura, assim como a Estrada Nacional 125, entre Conceição de Tavira e Vila Nova de Cacela.

A EN 125 foi entretanto reaberta, às 22h37, continuando no entanto com circulação "condicionada", devido à passagem dos meios de combate ao fogo, segundo o comando regional do Algarve, mantendo-se a A22 encerrada.

Bruxelas ativa programa de observação por satélite

A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira a ativação, a pedido de Portugal, do Programa de Observação da Terra da União Europeia (Copernicus) para monitorizar o incêndio que deflagrou em Castro Marim e que já mobiliza mais de 600 operacionais.

A informação foi divulgada pelo Copernicus, que é coordenado e gerido pela Comissão Europeia e executado em parceria com os Estados-membros da União Europeia (UE), a Agência Espacial Europeia, a Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos, o Centro Europeu para as Previsões Meteorológicas a Médio Prazo e outras agências europeias.

Dados divulgados esta manhã pelo Copernicus, através da sua página na rede social Twitter, dão então conta desta “nova ativação” do programa em Castro Marim, num incêndio que mobilizava, perto das 12:30, 630 operacionais, oito meios aéreos e 209 viaturas, segundo a página da Proteção Civil portuguesa.

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