Os incêndios florestais que deflagraram no domingo em várias zonas do país fizeram 41 mortos, disse hoje à Lusa a adjunta nacional de operações Patrícia Gaspar.
O número de vítimas subiu depois de ser confirmado que o bebé de um mês não morreu nos incêndios de domingo, confirmou à TVI fonte do CDOS de Coimbra.
Segundo Patrícia Gaspar, o bebé de Tábua (distrito de Coimbra) afinal está vivo, adiantando que já foram contactados a família do bebé, autoridades locais e corpos de bombeiros.
Segundo a ANPC, os incêndios provocaram 19 mortos no distrito de Coimbra, nove dos quais em Oliveira do Hospital, três em Tábua, três em Arganil, três em Penacova e um em Pampilhosa da Serra, sendo esta última vítima mortal a que estava desaparecida. Foi encontrada queimada em casa.
No distrito de Viseu, registaram-se 18 vítimas mortais, designadamente em Vouzela (oito), Santa Comba Dão (cinco), Nelas (uma), Carregal do Sal (uma), Tondela (duas) e Oliveira de Frades (uma).
A ANPC adianta que duas pessoas morreram na Guarda e uma na Sertã (distrito de Castelo Branco).
Outra das vítimas mortais morreu esta terça-feira no Hospital de Coimbra, mas ainda não foi possível apurar qual a sua terra de origem.
Além das 41 vítimas mortais, as centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram, segundo o balanço das 12:00, 71 feridos, 55 dos quais ligeiros e 16 graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Proteção Civil reduz estado de alerta
A Proteção Civil reduziu para laranja (o segundo nível mais grave numa escala de quatro) o estado de alerta relativo a incêndios nos 18 distritos portugueses, devido à descida da temperatura e à previsão de queda de chuva.
“Fruto disso foi então decidido passar os 18 distritos do país para alerta laranja, pelo menos até às 12:00 de amanhã [quarta-feira], momento em que faremos nova atualização para tentar então aferir qual será a melhor decisão em termos de estado de alerta especial”, explicou a adjunta Patrícia Gaspar durante o ‘briefing’ das 19:00, na sede deste organismo, em Carnaxide, Oeiras (distrito de Lisboa).
Esta decisão deve-se às previsões meteorológicas atualizadas hoje que apontam para que esta noite e o dia de quarta-feira “sejam já momentos de maior tranquilidade em termos das condições que normalmente propiciam os incêndios florestais”, incluindo “já com uma descida franca da temperatura e previsão de precipitação, agora com mais consistência”, acrescentou Patrícia Gaspar.
O Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e quinta-feira.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.