Quercus denuncia "quantidade massiva" de plantas aquáticas no Tejo Internacional - TVI

Quercus denuncia "quantidade massiva" de plantas aquáticas no Tejo Internacional

  • 17 nov 2018, 17:41
Ambiente

Estes fenómenos "são indicadores de desequilíbrios nos ecossistemas e são uma consequência da poluição"

A associação ambientalista Quercus denuncia a presença anormal e uma "quantidade massiva" de uma planta aquática ao largo de vários quilómetros no troço internacional do Tejo e nos seus afluentes Ponsul e Aravil, no distrito de Castelo Branco.

"A Quercus Castelo Branco detetou em vários locais do Tejo Internacional, nomeadamente no troço internacional do rio Tejo e nos seus afluentes rio Ponsul e Rio Aravil, a presença anormal de uma quantidade massiva de uma planta aquática numa extensão de largas dezenas de quilómetros, a qual numa primeira análise parece ser lentilha de água (Lemna sp.)", explicam em comunicado os ambientalistas.

Quais os efeitos? Avertem para a diminuição da entrada de luz nas massas de água e para a redução o nível de oxigénio dissolvido na água, degradando ainda mais a sua qualidade.

Estes fenómenos são indicadores de desequilíbrios nos ecossistemas e são uma consequência da poluição, levando assim à eutrofização dos rios e provocando uma acentuada degradação da qualidade das massas de água".

À Lusa, fonte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), confirmou a situação e explicou que o rio Ponsul apresenta a superfície da água coberta por Lemna sp., cujo nome comum é lentilha de água, uma planta aquática não tóxica que pode ser utilizada para alimentação animal.

A ocorrência deste 'bloom' deve-se aos teores elevados em fósforo, um dos parâmetros que foi responsável pelo estado ecológico inferior a Bom, no troço do rio Ponsul, entre a Senhora da Graça (junto a Idanha-a-Nova) e a albufeira de Cedillo (Espanha). O teor elevado em Fósforo tem origem nos setores urbano, agrícola e pecuário".

A Quercus, que alertou as autoridades para este fenómeno, sublinha que, nos últimos anos, devido à degradação da qualidade de água do rio Tejo, com a concentração de nutrientes provenientes da poluição, têm ocorrido com frequência "bloom de algas", formando tapetes densos de vegetação à superfície.

Os ambientalistas apelam às autoridades para que promovam uma investigação às origens deste fenómeno e que reforcem os meios de fiscalização dos rios, de modo a que Portugal possa cumprir a diretiva quadro europeia de qualidade de água.

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