PS quer ouvir Joana Marques Vidal no Parlamento por causa do caso IURD - TVI

PS quer ouvir Joana Marques Vidal no Parlamento por causa do caso IURD

  • Notícia atualizada às 12:46
  • 18 abr 2018, 11:55

Caso foi revelado pela TVI num trabalho intitulado "Segredos dos Deuses". Os crimes aconteceram na década de 1990, com crianças levadas para um lar em Lisboa

O PS propôs hoje a audição da Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, no Parlamento, na sequência do relatório sobre a petição acerca das alegadas adoções ilegais pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

A proposta foi feita pela deputada socialista Catarina Marcelino na reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na Assembleia da República, em que o relatório de Teresa Morais, do PSD, sobre a petição foi aprovado por unanimidade.

O relatório de Teresa Morais chama a atenção para eventuais práticas irregulares ou duvidosas na adoção de crianças, ainda hoje, além dos casos relatados pela TVI quanto à década de 90.

Entendemos que é fundamental ouvir a senhora Procuradora-Geral da República nesta matéria porque não estamos a falar apenas sobre o passado. Havendo alguma suspeição no presente, é fundamental ouvir a senhora procuradora”, afirmou Catarina Marcelino.

A 19 de janeiro, a TVI exibiu uma reportagem onde eram apresentados testemunhos de que a atual Procuradora-Geral da República sabia de todas as irregularidades na adoção dos três irmãos que foram entregues à filha do Bispo Edir Macedo e ao bispo Romualdo desde 1999.

Foi alertada na altura por Teresa Brandão, então responsável do serviço de adoções da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e pela assistente social que estava a tratar do caso, Clara Martins, que agora confirmam tudo à TVI.

Ambas tinham recebido uma denúncia de um elemento da IURD de que os três irmãos – Vera, Luís e Fábio – iam ser distribuídos por duas famílias, uma delas a do bispo Edir Macedo, líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus.

Tinham-nos alertado para o facto de as crianças não viverem com Alice e que iam ser adotadas por ela para depois serem entregues a outras famílias”, contou Teresa Brandão, na altura à TVI.

Além disso, esta quarta-feira, a deputada do PSD Teresa Morais defendeu que não se deve ficar apenas pelo debate da petição na Assembleia da República e que o Parlamento deve fazer uso dos seus poderes.

Já o CDS-PP insiste na Criação de comissão independente para analisar caso IURD. Já em março, o CDS-PP tinha anunciado que ia propor a criação de uma comissão técnica independente para averiguar as alegadas adoções ilegais de crianças portuguesas envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e disse, na altura que não excluia um inquérito parlamentar.

O caso das adoções ilegais de crianças portugueses por pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus, com sede no Brasil, começou com uma série de reportagens na TVI, intituladas “Segredos dos Deuses”.

Em janeiro, realizaram-se vigílias em vários pontos do país, incluindo uma frente à Assembleia da República, em Lisboa, em que se exigia a criação de uma comissão de inquérito sobre este caso, tendo-se recolhido milhares de assinaturas para a petição “Não Adoto este Silêncio”.

Essa petição, com mais de 4.000 assinaturas, foi aceite em fevereiro pelo Parlamento, estando em curso, até inícios de abril, o prazo para ser produzido um relatório, a cargo da deputada do PSD Teresa Morais.

Tratando-se de uma petição, qualquer iniciativa depende dos grupos parlamentares. Neste caso, e segundo a lei, um inquérito parlamentar tem que ser proposto por um quinto dos deputados.

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