Os enfermeiros cancelaram a greve marcada para os dias 26, 27 e 28 deste mês, depois de terem avançado nas negociações com o Governo.
A confirmação foi dada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros, depois da reunião desta terça-feira com a Comissão Negociadora do Ministério da Saúde e das Finanças, que decorreu na Administração Central do Sistema de Saúde, em Lisboa.
O sindicalista José Correia Azevedo disse, no final, aos jornalistas, que "as negociações avançaram substancialmente" e que ficou marcada uma nova ronda negocial para 4 de janeiro.
As negociações continuam e temos a próxima reunião marcada para o dia 04 de janeiro”.
"Greve cirúrgica" mantém-se
A "greve cirúrgica" dos enfermeiros que está a decorrer nos blocos operatórios de cinco hospitais do país, que está prevista terminar a 31 de dezembro, mantém-se.
Em comunicado, que a Lusa teve acesso, a Ordem dos Enfermeiros (OE) defendeu, esta terça-feira, a necessidade de um acordo urgente entre o Governo e os sindicatos em relação à “greve cirúrgica”, alertando para o adiamento de mais de sete mil cirurgias. Assegura ainda que os enfermeiros estão a cumprir “escrupulosamente os serviços mínimos”.
De acordo com as informações recolhidas hoje junto dos cinco enfermeiros diretores dos hospitais, a Ordem reitera que não houve nenhuma situação que tenha colocado em risco a vida de doentes, bem como sublinha que, mais uma vez, foi possível confirmar que os enfermeiros não só estão a cumprir escrupulosamente os serviços mínimos como estão a trabalhar para além desses serviços mínimos”.
No entanto, face ao número de cirurgias já adiadas, perante uma greve que decorre desde 22 de novembro até ao final do ano, a Ordem lançou o apelo para um entendimento.
A Ordem apela ao Governo que chegue a um entendimento urgente com os sindicatos, sob pena de agravar a situação de adiamento de cirurgias, às quais não será possível dar resposta nos próximos tempos, e o caos no SNS”.
A greve já levou ao cancelamento de cirurgias programadas no Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.
Em causa estão queixas sobre a falta de valorização dos enfermeiros e sobre as dificuldades das condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde (SNS), pretendendo uma carreira, progressões que não têm há 13 anos, bem como a consagração da categoria de enfermeiro especialista.