Morreu Vasco Pulido Valente - TVI

Morreu Vasco Pulido Valente

  • Notícia atualizada às 18:22
  • 21 fev 2020, 16:47

Velório realiza-se domingo, a partir das 19:00, no Centro Funerário de Cascais, em Alcabideche

O historiador, escritor e ensaísta Vasco Pulido Valente morreu esta sexta-feira, confirmou a TVI. Vasco Pulido Valente, de 78 anos, morreu, em casa, em Lisboa.

O velório de Vasco Pulido Valente realiza-se domingo, a partir das 19:00, no Centro Funerário de Cascais, em Alcabideche, estando a cremação marcada para as 14:00 de dia 24, no mesmo complexo funerário.

Vasco Pulido Valente, pseudónimo de Vasco Valente Correia Guedes, nasceu em Lisboa a 21 de Novembro de 1941. Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa e doutorou-se em História na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Trabalhou como investigador-coordenador do Instituto de Ciências Sociais e lecionou e no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, na Universidade Católica e na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.

Foi colunista dos jornais Público, Expresso, Diário de Notícias, A Tarde e O Independente.

Trabalhou ainda como comentador da TSF, da Rádio Comercial e da TVI.

Entre os livros que publicou, contam-se “Os Militares e a Política: 1820-1856”, “A República Velha: 1910-1917”, “Marcelo Caetano: As Desventuras da Razão”, “De mal a pior” e “O fundo da gaveta”, estes dois últimos, os mais recentes, publicados pela D. Quixote.

Uma crónica sua, no Público, sobre o estado do PS, no verão de 2014, intitulada "A Geringonça", viria a estar na origemda caraterização feita mais tarde por Paulo Portas sobre os acordos entre PS, Bloco de Esquerda e PCP, que viriam a sustentar a constituição do XXI Governo Cosntitucional.

"Foi uma das figuras mais marcantes do espaço público em democracia"

O Presidente da República lamentou a morte do historiador e colunista Vasco Pulido Valente, descrevendo-o como "estrangeirado, pessimista, desalinhado, cáustico" e considerando-o "uma das figuras mais marcantes do espaço público português em democracia".

"O Presidente da República, que inúmeras vezes foi, ao longo da sua vida, objeto dessa impiedosa independência crítica, e que sempre admirou muito, apresenta à família de Vasco Pulido Valente as suas sentidas condolências", acrescenta o chefe de Estado.

Nesta nota, Marcelo Rebelo de Sousa evoca Vasco Pulido Valente como "académico, historiador, jornalista, colunista, homem político" e considera que "foi uma das figuras mais marcantes do espaço público português em democracia".

"Escreveu na imprensa durante décadas, antes e depois da Revolução (O Tempo e o Modo, Almanaque, O Tempo, Expresso, Diário de Notícias, O Independente, Kapa, Público, Observador), publicou duas dezenas de livros e coletâneas de artigos, esteve à direita com a AD e à esquerda com o MASP, foi secretário de Estado da Cultura, diretor de jornal, deputado, professor no Instituto de Ciências Sociais e da Universidade Católica", recorda.

O chefe de Estado refere que, "do ponto de vista académico, ficou sobretudo conhecido pela tese de doutoramento sobre a República, obra revisionista e ainda hoje polémica", mas que "também escreveu estudos e ensaios biográficos acerca de figuras oitocentistas e novecentistas, privilegiando uma História narrativa, essencialmente política, que acentuava certos eternos retornos que seriam uma sina portuguesa".

No seu entender, Vasco Pulido Valente, "como colunista, esteve quase sempre 'às avessas', para citar o título de um dos seus livros".

O Presidente da República descreve-o como um "estrangeirado, pessimista, desalinhado, cáustico", que "era admirado como estilista mesmo por quem não partilhava das suas opiniões e humores" e que "tentou perceber Portugal, 'país das maravilhas' ao qual dedicou muitos sarcasmos, mas também o trabalho, a atenção e o empenho de toda uma vida, à vista de todos".

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