Tribunal iliba arguidos do caso TAP/Sonair acusados de corrupção - TVI

Tribunal iliba arguidos do caso TAP/Sonair acusados de corrupção

  • 23 abr 2018, 15:58
Sonangol - Luanda

Nove arguidos estavam acusados de corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Ministério Público defende que beneficiaram de 25 milhões pagos à TAP sem que serviços fossem prestados

O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) ilibou os arguidos do chamado caso TAP/Sonair que envolve responsáveis ligados à TAP e a empresa ligada à Sonangol (Angola) por crimes de corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, segundo disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo a mesma fonte, o TCIC deu "total razão à defesa", ilibando os arguidos dos crimes imputados pela acusação e devolvendo os bens apreendidos no âmbito do processo crime.

O juiz do TCIC Ivo Rosa considerou não ter havido verificação de indícios suficientes nos autos para submeter os arguidos a julgamento pelos factos imputados pela acusação, pelo que não vão a julgamento Miguel Coelho, Ana Paula Reais Ferreira, João Carlos Gomes Correia (todos advogados de profissão), Fernando Sobral, Vítor Lopes Pinto, José João dos Santos e Pedro Paquete.

Segundo a acusação divulgada em julho de 2017 pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), mediante um esquema de aparente prestação de serviços da TAP à Sonair, uma empresa subsidiária Sonangol, foi possível a colocação em Portugal, por parte da petrolífera angolana, de elevados montantes em dinheiro.

A investigação apurou que a Sonair procedeu ao pagamento à TAP de um valor superior a 25 milhões de euros sem que tenha havido a prestação dos serviços aparentemente contratados", indicou então o DCIAP, explicando que o dinheiro que circulava da Sonair para a TAP era, depois, branqueado com a mediação de uma outra empresa, a Worldair (empresa de consultoria de Miguel Coelho).

Esta última, mediante o recebimento de comissões incompreensivelmente elevadas (cerca de 2/3 do valor do negócio), permitia girar o dinheiro para contas fora de Portugal. Os montantes circulavam ainda por ‘offshores’ antes de regressarem a contas portuguesas. Em alguns casos, o dinheiro acabava por ser usado para a aquisição de imóveis de luxo em Portugal", sustentou o DCIAP.

Durante a investigação, o MP apreendeu nove imóveis, todos registados em nome de sociedades envolvidas no processo de branqueamento, pedindo a sua perda a favor do Estado. Foram ainda preendidos os saldos de 21 contas bancárias.

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