Presidente do ICNF rejeita acusações dos bombeiros da Marinha Grande - TVI

Presidente do ICNF rejeita acusações dos bombeiros da Marinha Grande

  • 23 out 2017, 22:36
Incêndio na Marinha Grande

Rogério Rodrigues diz que "trabalhadores e sapadores florestais fazem um trabalho imprescindível, de grande utilidade". Embora admita poder existir alguma "pequena" falha por falta de recursos

O presidente do Instituto da Conservação e da Natureza (ICNF), Rogério Rodrigues, refutou esta segunda-feira as queixas do comandante Bombeiros Voluntários da Marinha Grande de que aquele organismo não está a cumprir as suas funções.

Os nossos trabalhadores e os sapadores florestais fazem um trabalho imprescindível, de grande utilidade", disse o dirigente, que falava em Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, onde acompanhou o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural numa reunião com autarcas e representantes dos agricultores dos concelhos atingidos pelos fogos de 15 de outubro.

Aos jornalistas, Rogério Rodrigues salientou que os sapadores florestais prestam "um serviço único ao país em várias atividades, em perfeita consonância com o dispositivo [de combate a incêndios] e sempre em atuação".

O presidente do ICNF frisou que os operacionais não descansam quando há alertas da Autoridade Nacional de Proteção Civil e que o quadro de competências dos sapadores está definido por lei.

Rogério Rodrigues admitiu que, dado a dimensão dos incêndios, possa existir alguma "pequena" falha por falta de recursos, mas "nunca porque os sapadores desarmem daquilo que é a sua atividade diária".

Críticas da Marinha Grande

O comandante dos Bombeiros Voluntários da Marinha Grande, Vítor Graça, enviou uma carta aberta ao ministro da Agricultura, na qual exige que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) cumpra as suas funções.

Infelizmente, observo que continuamos a ser desrespeitados enquanto operacionais, com impacto nas nossas vidas pessoais e familiares, por entidades com rostos e nomes, que existem, não cuidam nem cumprem o que está legislativamente escrito. E é nesse sentido que esta carta surge, pedindo por favor para que quem tem essas responsabilidades que as assuma e execute, e que acima de tudo não 'gozem' com os meus bombeiros", lê-se no documento, que está publicado na página da corporação.

Sem querer questionar sobre se a mata estava limpa ou não, Vítor Graça disse à agência Lusa que o ICNF tem "determinadas funções", definidas por lei, de intervir no pós-incêndio.

Não é fazer o rescaldo. Esse é feito pelos bombeiros. É verificar o que fica no terreno ainda a arder [pequenas chamas], para evitar que as pessoas nos chamem a toda a hora com receio de se estar a iniciar um incêndio", explicou.

Vítor Graça revelou ainda que, no domingo, os bombeiros tiveram de ir combater alguns reacendimentos e, ao mesmo tempo, "foram mobilizados meios, necessários, para validar novos focos, em zonas que deveriam ser elementos do ICNF a validar essas situações".

A vigilância pós-rescaldo está determinada, quer sob a forma de lei, quer nas Diretivas Operacionais Nacionais que saem todos os anos, que deverá ser realizada por Sapadores Florestais (ICNF-Matas Nacionais, nesta nossa área). É triste que descarreguem mais esse fardo e responsabilidade, em quem anda exausto, não lhe compete assumi-la, não é dono, tem que assegurar todos os outros serviços operacionais, e tem que recuperar energias, pois os alertas não prometem descanso", acrescenta ainda o comandante, na carta.

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