A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) vai exigir ao Ministério da Educação que divulgue os custos de realização da prova de avaliação dos docentes e equaciona recorrer ao parlamento e ao Tribunal de Contas, caso não obtenha resposta.
De acordo com a estrutura sindical, entre os argumentos usados pelo ministério perante o tribunal para defender a realização da prova está o «interesse público» e o «encargo financeiro», no «quadro vigente de forte restrição orçamental existente no país».
A FENPROF entende, assim, que o Ministério da Educação é obrigado a divulgar os encargos e quanto custou o que classifica de «má gestão» dos recursos públicos em todo este processo, nomeadamente a distribuição dos 1.565 professores que fazem a prova por 76 escolas, bem como os docentes vigilantes.
A federação dá o exemplo do Agrupamento de Escolas de Gaia, em que, afirma, havia seis professores para fazer a Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) e 33 docentes convocados para a vigilância (2 efetivos e 31 suplentes). A adesão à greve foi de «100 por cento».
A FENPROF afirma que está em causa também «um flagrante desrespeito» pelas escolas, atendendo «ao número despropositado de estabelecimentos envolvidos e aos transtornos causados».
Os sindicatos criticam ainda a obrigatoriedade de devolução dos enunciados da prova pelos candidatos, afirmando que a medida é «um obstáculo ao escrutínio público» da PACC.
Fonte do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) disse à Lusa que os enunciados e os critérios de classificação serão publicados ao final do dia na página da internet do IAVE.
A agência Lusa questionou também o Ministério da Educação, mas ainda não obteve respostas sobre a forma como decorreu hoje a PACC, a questão dos custos e fundamentos enviados ao tribunal.
Entretanto, o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) anunciou que apoia financeiramente e judicialmente todos os associados a quem seja descontado um ou mais dias de ordenado, por estarem em greve ao trabalho relacionado com esta prova.
Em comunicado, o sindicato acusa o governo de usar todos os estratagemas para conseguir levar à frente a PACC, dando o exemplo do agrupamento de Canela, «cujo diretor convocou todo o departamento do 1.º Ciclo (32 professores) para vigiarem as provas específicas que decorrerão nos dias 25, 26 e 27 de março, com a ameaça clara de que serão descontados três dias de salário aos colegas que fizerem greve».
De acordo com o SIPE, «todos os professores do 1.º Ciclo fizeram greve».
No entanto, a prova realizou-se porque «a própria direção, num desrespeito total pelo direito à greve, assegurou a vigia», lê-se no documento.
Os professores contratados começaram hoje a prestar provas na componente específica da prova de avaliação, mas sob protesto dos sindicatos, que agendaram greve a todo o serviço à prova, e contestação nos tribunais.
A prova é obrigatória para os professores contratados com menos de cinco anos de serviço que pretendam aceder aos concursos para dar aulas nas escolas públicas.
FENPROF exige divulgação de custos da prova de avaliação
- Redação
- AM
- 25 mar 2015, 17:24
Federação equaciona recorrer ao parlamento e ao Tribunal de Contas, caso não obtenha resposta
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