A Polícia Judiciária (PJ) está, esta segunda-feira, a realizar buscas nas instalações dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, no âmbito de uma denúncia da existência de uma bolsa de horas ilegal. Essa bolsa servia para suportar pagamentos irregulares aos funcionários e ainda o trabalho de voluntários sem formação.
Ao que a TVI apurou, já foram consultados os registos informáticos da instituição e as respectivas escalas.
Contactado pela Lusa, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, Lídio Lopes, mostrou total abertura para apoiar as investigações.
A associação está inteiramente à disposição para que tudo se esclareça na investigação, preservando o seu bom-nome e aguardando pelo resultado das investigações”.
A advogada dos Bombeiros da Figueira da Foz disse à TVI que não sabe a origem da denúncia, mas que provavelmente foi feita por um funcionário da instituição, que foi despedido no último mês por "justa causa".
Os bombeiros voluntários eram escalados sem autorização para prestarem serviço remunerado, mesmo não tendo qualquer formação. Quem não cumprisse, alegou este funcionário, era perseguido e afastado através de registos de assiduidade falsos.
Foram ainda realizadas buscas na Secção do Paião, dos Bombeiros da Figueira da Foz, relacionadas com o transporte de doentes e dos serviços do INEM. A direção da instituição garante desconhecer essas irregularidades, mas deixou claro que quer saber, e perceber, o que é que aconteceu.
Eu vou solicitar hoje ao presidente do INEM que faça uma auditoria rigorosa a toda a prestação de serviços desta casa", disse Lídio Lopes.
Por se tratarem de eventuais crimes levados a cabo por um antigo chefe adjunto do comando (Nelson Fadigas) e pela sua esposa (Carla Mendes), ex-bombeira, Lídio Lopes afirma que está tranquilo com as investigações.
A investigação tem a ver com um acto, ou actos, pelo ex-adjunto e por sua mulher e portanto estamos tranquilos".
Estes dois elementos demitiram-se, dia 15 e 18 de março respectivamente, dos Bombeiros da Figueira da Foz.
A TVI entrou em contacto com a Procuradoria Geral da República que afirmou que o inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP de Coimbra se encontra em "segredo de justiça".