Comandos: enfermeiros ficam com Termo de Identidade e Residência - TVI

Comandos: enfermeiros ficam com Termo de Identidade e Residência

Os dois arguidos estão indiciados pelo crime de omissão de auxílio. Esta audição surge um mês e meio depois da morte de dois militares do curso de Comandos

Os dois enfermeiros constituídos arguidos no caso das mortes dos dois militares do curso de comandos ficaram com Termo de Identidade e Residência (TIR), anunciou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os enfermeiros foram ouvidos esta terça-feira pelo DIAP e estão indiciados pelo crime de omissão de auxílio. A TVI sabe que os arguidos não colaboraram no inquérito, mantendo-se em silêncio. 

Os dois enfermeiros também não prestaram declarações aos jornalistas, nem à entrada nem à saída das instalações do DIAP, no Campus da Justiça, em Lisboa, onde permaneceram mais de três horas. 

Até ao momento, o processo não tem mais arguidos, acrescentou uma nota da PGR enviada à agência Lusa. "As investigações prosseguem, estando em causa suspeitas da prática de crimes de omissão de auxílio (art.º 200.º do Código Penal) e de abuso de autoridade por ofensa à integridade física (art.º 93.º do Código de Justiça de Militar)".

Cerca de um mês e meio após as mortes de Hugo Abreu e Dylan da Silva, militares que faziam a formação no curso de Comandos, a investigação do DIAP e da Polícia Judiciária Militar avançou para a constituição de dois arguidos.

No final da semana passada fonte da PJM deu conta à TVI de que ainda faltavam os relatórios das autópsias dos dois formandos para que este passo fosse dado. 

A TVI sabe agora que os dois arguidos foram notificados ainda na sexta-feira e a decisão da procuradora líder da investigação, Cândida Vilar, transmitida oficialmente ao chefe de Estado Maior do Exército.

No dia anterior, tinha sido o próprio Exército a abrir dois processos disciplinares no âmbito deste caso, a dois oficiais instrutores, que foram constituídos arguidos no processo interno daquele ramos das Forças Armadas às mortes de Hugo Abreu e Dylan da Silva.

Hugo Abreu perdeu a vida no campo de tiro de Alcochete a 4 de setembro. Dylan da Silva morreu no dia 10 de setembro, no hospital. Desidratação extrema é apontada como a causa mais provável da morte dos dois militares e da hospitalização de vários outros que cumpriam a formação no mesmo curso de comandos.

Ordens dos Enfermeiros e dos Médicos vão abrir processos

A Ordem dos Enfermeiros já fez saber que vai solicitar a identificação dos dois enfermeiros e abrir um processo de averiguações. 

Entretanto, também a Ordem dos Médicos abriu um inquérito disciplinar para averiguar o envolvimento do médico escalado para os exercícios, na sequência dos quais dois militares morreram em setembro e vários receberam assistência hospitalar.

De acordo com o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o inquérito disciplinar foi aberto com o objetivo de apurar “a envolvência” de um médico durante o treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que começou a 4 de setembro, conforme cita a Lusa.

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